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Pacaembu deve ficar fechado por 24 meses para reformas

Demétrio Vecchioli

16/09/2019 12h11

Novo Pacaembu (divulgação)

O Estádio do Pacaembu deverá ficar fechado por dois anos completos para que o Consórcio Patrimônio SP faça as reformas que julga necessárias para operar o estádio. Entre as intervenções, a mais significativa é a demolição da arquibancada conhecida como Tobogã, que não faz parte do projeto arquitetônico inicial do estádio e, por isso, não é tombado. No lugar dele o concessionário vai construir um edifício de nove andares, sendo quatro no subsolo e cinco para cima do solo.

"Não é possível manter o estádio aberto. O estádio vai ficar fechado em torno de 24 meses. Primeiro vamos receber a ordem de serviço por parte da prefeitura. Logo depois vamos dar inicio aos alvarás de demolição, construção… Estimo que algo que possa levar algo em torno de seis a 12 meses", conta Eduardo Barella, CEO da construtora Progen e presidente do consórcio.

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O contrato de concessão foi assinado nesta segunda-feira (16), em evento no Salão Nobre do Pacaembu. De acordo com a prefeitura, em até 30 dias deve sair a ordem de serviço, que é o pontapé inicial do contrato. Considerando o prazo de seis a 12 meses para o início das obras, a tendência é que o estádio feche as portas em algum momento entre abril e outubro do ano que vem, nas contas do concessionário.

Em se mantendo o prazo de 24 meses, o estádio só reabriria em algum momento durante a temporada de 2022. O concessionário, claro, tem pressa. Já pagou R$ 79 milhões na primeira parcela da outorga fixa à prefeitura de São Paulo e quer recuperar o investimento o quanto antes. No total, o Consórcio vai pagar R$ 115,3 milhões como outorga fixa – são previstos outros R$ 21,9 milhões como outorga variável, calculada em cima do lucro.

A prefeitura exigiu que o valor proposto em fevereiro, R$ 111 milhões, fosse corrigido até o dia do depósito da primeira parcela, a última quinta-feira. O governo municipal ainda calcula que vai recolher R$ 87 milhões em ISS, que deixará de ter um custo de R$ 212 milhões. Considerando também um investimento de R$ 220 milhões do concessionário no estádio, a prefeitura avalia que a concessão trará R$ 656 milhões de benefícios econômicos para a cidade.

Em fala durante o evento, o prefeito Bruno Covas (PSDB) bateu na tecla de que a prefeitura deve investir em clubes municipais da periferia, onde muitas vezes são a única opção de lazer, e não em uma região onde os moradores do entorno podem pagar por clubes privados. O bairro do Pacaembu é um dos mais ricos da cidade.

Ainda que o edital preveja que o complexo esportivo só abra para a população por poucas horas por semana, o concessionário vem afirmando – e reforçou isso nesta segunda – que vai manter a piscina aberta à população, assim como a pista de caminhada. As quadras de tênis também seguirão podendo ser alugadas, bem como o ginásio, mas os valores ainda não foram definidos.

 

O plano de negócio do Pacaembu prevê que o concessionário ganhe dinheiro não apenas com jogos de futebol – as negociações com o Santos estão adiantadas -, mas também com o prédio que vai ser construído. A ideia do concessionário é aumentar consideravelmente o número de pessoas que passam pelo complexo diariamente, ganhando dinheiro com estacionamento, bares, restaurantes e aluguel de armários para quem frequenta a piscina, por exemplo. Neste texto o Olhar Olímpico contou esses planos.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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