Topo

Olhar Pan-Americano: lesões e doping minam delegação brasileira no Pan

Demétrio Vecchioli

25/07/2019 04h00

Em uma semana, o chamado Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima sofreu quatro perdas. O nadador Gabriel Santos e a nadadora artística Maria Clara Lobo foram cortados devido a suspensões por doping. A judoca Nathalia Brígida e o tenista Marcelo Demoliner sofreram lesões e acabaram desconvocados. Pela ausência deste último, Luisa Stefani fica sem ter o que fazer em Lima e também pode ser desconvidada de última hora.

LEIA MAIS:

+ Pan começa com muito frio, pouco público e obras ao redor de instalações

+ Pan decide não mostrar handebol e só 200 pessoas veem Brasil vencer Cuba

+ Grávida e aposentada, Yane Marques é elo entre COB e atletas em Lima

Problemas assim são usuais em qualquer grande competição, seja no Pan, na Olimpíada ou em uma Copa do Mundo. Mas a onda de azar parece ter batido com mais força na delegação brasileira desta vez. São lesões, casos de doping e dificuldades logísticas que vão minando as chances de medalha em Lima.

Siga @Olhar_Olimpico

Dos baques, o maior foi a lesão de Rebeca Andrade. A ginasta, que sofreu a terceira lesão de ligamento cruzado anterior em quatro anos, poderia ganhar sozinha de quatro a cinco medalhas em Lima – mesmo sem ela o Brasil tem tudo para ir ao pódio por equipes.

A ausência de Rafael Silva, o Baby, do judô, não é preocupação. Para o lugar dele foi chamado David Moura, do mesmo nível. Mas a lesão na coluna de Nathalia Brígida forçou a convocação de Larissa Farias, jovem que vem de lesão e tem pouca experiência internacional.

Muito mais problemático é o corte de Marcelo Demoliner, duplista que chegou a ser submetido por exames coordenados pela equipe médica do COB no Rio e que colocaria a temporada em risco se jogasse em Lima. O tênis não aceita substituições na lista e, sem ele e sem Bia Haddad Maia, que pediu dispensa antes de ser suspensa por doping, o Brasil não tem nenhuma dupla para jogar.

No feminino jogariam Luisa Stefani e Bia. No masculino, Demoliner e João Menezes. Nas duplas mistas, Demolner e Luisa. Com os dois cortes, todas as duplas acabam desfeitas e Luisa, que não foi inscrita em simples, fica sem ter o que fazer em Lima. O COB estuda a situação, mas pode ficar sem competidores em três disputas que valem medalha.

Outros dois cortes foram por doping. No nado sincronizado não houve discussão. Maria Clara Lobo saiu e entrou Jullia Catharino, a Julinha, que já estava como reserva. No dueto, Laura Micucci passa a formar dupla com Luisa Borges – Laura é irmã de Duda Micucci, que formou o dueto olímpico de 2016 com Luisa.

Já a natação vive um dilema. Gabriel Santos foi julgado por doping na sexta e suspenso por um ano. Faz um mês que se sabe desse risco, mas até agora o COB e a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) definiram quem vai ser convocado.

O documento da CBDA que definiu os critérios de convocação é dúbio e cada entidade faz uma interpretação dele. Diz o texto: "Caso os revezamentos já estejam completos, as vagas ainda restantes voltam a ser preenchidas pelos atletas melhores colocados no ranking pan americano".

A CBDA defende que seja chamado André Calvelo, só para nadar o revezamento 4x100m livre. O COB entende que o revezamento já está completo, porque o Brasil já tem outros cinco nadadores de 100m livre (Breno Correia, Bruno Fratus, Marcelo Cherighini, Pedro Spajari e João de Lucca). O comitê prefere chamar o próximo da lista, Leo de Deus, que pode brigar por duas medalhas individuais, nos 200m borboleta e nos 200m costas.

viso aos leitores: este blogueiro está em Lima, na cobertura do Pan. O noticiário diário está sendo publicado na lista de últimas notícias do UOL Esporte. No Olhar Olímpico, durante esses dias, vou postar comentários diários. É a série Olhar Pan-Americano.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Olhar Pan-Americano: lesões e doping minam delegação brasileira no Pan - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


Olhar Olímpico


Newsletter