Campeões no mesmo dia, Bia e Nory vencem o Prêmio Brasil Olímpico
Campeões mundiais no mesmo dia, 13 de outubro, Bia Ferreira, do boxe, e Arthur Nory, da ginástica artística, foram eleitos os melhores do ano no esporte olímpico brasileiro em 2019. Os dois foram escolhidos em votação feita por jornalistas, dirigentes, ex-atletas e personalidades do esporte escolhidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Eles receberam seus troféus durante o Prêmio Brasil Olímpico, na noite desta terça-feira (10), no Rio.
Os dois também são atletas das Forças Armadas e subiram ao palco com seus uniformes militares. Antes, em tom de brincadeira, o presidente do COB, Paulo Wanderley Teixeira, classificou a presença maciça de militares na premiação como "marketing de emboscada". Nory, além de ser da Aeronáutica, também recebe salário do Pinheiros, bolsa da Confederação Brasileira de Ginástica (com dinheiro da Caixa) e Bolsa Pódio, do Ministério da Cidadania. No palco, porém, só exibia a imagem da Aeronáutica.
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Número 6 do ranking mundial do tênis de mesa, Hugo Calderano foi o vencedor do prêmio Atleta da Torcida, cuja votação acontece pela internet. Ídolo mundial da modalidade, ele venceu uma disputa direta contra Flávia Saraiva, da ginástica artística. Flavinha teve a seu favor uma campanha do Flamengo, seu clube, que saiu em sua defesa contra Calderano, formado no Fluminense.
Tradicionalmente longo, o Prêmio Brasil Olímpico ficou ainda mais extenso este ano, com novas entregas, feitas a toque de caixa, a medalhista dos Jogos Pan-Americanos, medalhistas de modalidades não-olímpicas, e à equipe do revezamento 4x100m que ganhou, com atraso, o bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Cinco atletas foram incluídos no Hall da Fama, incluindo quatro já falecidos: Guilherme Paraense (tiro esportivo), João do Pulo (atletismo), Maria Lenk (natação) e Sylvio de Magalhães Padilha (atletismo). Havia a expectativa de que nenhum familiar de Padilha, ex-presidente do COB, comparecesse à cerimônia, em retaliação à tentativa da diretoria de tirar poderes do Conselho de Ética, presidido por um neto de Padilha, Alberto Murray. Mas uma filha do ex-presidente foi chamada ao palco.
Por outro lado, a ex-jogadora de basquete Magic Paula, que estava confirmada, alegou compromissos pessoais e não apareceu. Joaquim Cruz, que veio dos EUA para ser homenageado, entrou mudo e saiu calado do palco, sem receber o direito de falar ao microfone.
Logo depois, o ex-jogador de basquete Oscar, recebeu o Prêmio Adhemar Ferreira da Silva, honraria máxima do COB. O discurso de agradecimento do "Mão Santa" durou cerca de 10 minutos. Na fala, ele exaltou sua história no basquete, citando o título mundial do Sírio de 1979, o ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987 e sua recusa em jogar pela NBA. "Fiz o que eu quis, joguei basquete e hoje ganho dinheiro contando minha história. Que satisfação ter a vida que eu tenho", disse, para encerrar.
Entre os treinadores, foram premiados Renan Dal Zotto, do vôlei masculino, como melhor em modalidades coletivas, e Mateus Alves, que levou Bia Ferreira ao título mundial de boxe. Os dois assumiram o comando das respectivas seleções apenas neste ciclo olímpico.
Durante a cerimônia, também foram entregues os troféus aos atletas eleitos os melhores de suas respectivas modalidades. Entre os vencedores estava Fernando Reis Saraiva, que ganhou como destaque do levantamento de peso pela décima vez. Ana Marcela Cunha venceu pela oitava na maratona aquática, enquanto Ana Sátila (canoagem slalom) e Isaquias Quiroz (canoagem velocidade) foram homenageados pela sétima vez.
No ciclismo de pista, o COB mudou o premiado. Tirou a vitória da dupla Daniela Lionço/Wellyda Rodrigues, porque Daniela caiu no doping, e premiou Flávio Cipriano, que perdeu a medalha de bronze no Pan porque seu colega Kacio Freitas caiu no doping, também.
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