Núbia volta a bater recorde brasileiro e entra na elite do salto triplo
Demétrio Vecchioli
17/07/2018 19h52
Prova mais tradicional do atletismo brasileiro, o salto triplo está muito bem representado agora também no feminino. Nesta terça-feira, na França, Núbia Soares estabeleceu o novo recorde nacional, em 14,69m, marca que a colocaria entre as cinco primeiras colocadas de qualquer grande competição dos últimos anos. Ela melhorou 10 centímetros o antigo recorde, que ela tirara de Keila Costa em junho.
O resultado coloca Núbia, de 22 anos, de vez dentro dos grandes nomes da prova, que tem visto disputas de alto nível entre a colombiana Caterine Ibarguen e a jovem venezuelana Yulimar Rojas. Agora, a brasileira pode começar a pleitear um lugar no pódio junto delas. Afinal, é a terceira do ranking mundial de 2018.
O desempenho passa longe de ser surpresa. Núbia já vinha indicando potencial para brigar por pódio no Mundial do ano passado, quando sofreu lesão na véspera da competição e nem foi a Londres – mesmo assim, fechou o ano como quarta do ranking. Este ano, antes do Mundial Indoor, perdeu seu treinador e tutor, Tide Sobrinho, que faleceu.
Sem treinador, Núbia fez as malas e foi morar na Espanha, para treinar com o cubano Iván Pedroso, um dos melhores saltadores da história e grande treinador de triplistas do momento. Juntando o talento da brasileira e o excelente trabalho do cubano, uma hora o resultado surgiria. E surgiu.
A marca obtida nesta terça é 46ª da história do salto triplo feminino no mundo – desempenho melhor que de Almir Junior, vice-campeão mundial indoor, por exemplo, que é 57º. Os dois são fortes candidatos a medalha em Tóquio-2020.
Thiago Braz
Por falar em medalha olímpica, demorou, mas começou a temporada de Thiago Braz. O campeão olímpico (6,03m, sempre bom lembrar) vinha reclamando que estava sem confiança. Nos quatro primeiros torneios da temporada, foi um fracasso. Agora as coisas começaram a melhorar.
Depois de passar 5,60m em Rabat (Marrocos), na sexta-feira, pela Diamond League, nesta terça ele saltou 5,70m na França. Ainda não é muito para quem tem o currículo dele (empata em 17º no ranking mundial), mas parece ser um passo importante para que Thiago recupere a confiança.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.