Aos 21 anos, Núbia vira 4ª do mundo no triplo e já fala em medalha no Mundial

Prova mais tradicional do atletismo brasileiro, o salto triplo pode voltar a colocar o Brasil no pódio de uma grande competição. Agora, porém, no feminino. Neste domingo, Núbia Soares, de 21 anos, deu mais uma mostra do seu potencial e venceu o Troféu Brasil com dois saltos de 14,56m, marca que a coloca no quarto lugar do ranking mundial. E poderia ter sido melhor.

É que nos dois saltos, o "número" (papel onde aparece escrito o nome da atleta) dela arrastou na areia e deixou a marca menor. "Eu estava saltando mais, mas o número estava pegando na areia. Em cada salto em perdia um 6 centímetros", lamentou Núbia, que ficou a 2 centímetros de bater o recorde brasileiro, de Keila Costa.

Apesar de sorridente, Núbia chegou à área de imprensa da Arena Caixa, em São Bernardo do Campo, com a serenidade de quem sabe que o resultado deste domingo é só mais um passo rumo ao topo. "Estou mais focada no Mundial. Todos os meus saltos válidos foram acima do meu recorde pessoal e eu queimei um salto de uns 14,80m. Se eu continuar saltando bem, o recorde vai sair naturalmente", aposta.

Núbia chegou ao Troféu Brasil como sexta colocada do ranking mundial e, com três saltos acima do seu recorde pessoal, agora é a quarta colocada. Fica atrás apenas da venezuelana Yulimar Rojas (14,96m), da colombiana Catarina Ibarguen (17,78m) e da casaque Olga Rypakova (14,64m).

Treinando com Tide Junqueira deste agosto do ano passado, Núbia quer saltar ao menos 14,80m no Mundial de Londres, em agosto. Se fizer isso, dificilmente fica fora do pódio. "Eu não gosto de pensar em classificação, mas em marca. Mas tenho sempre que pensar em pódio. Se saltar longe, eu ganho medalha", afirmou.

Salto com vara – Thiago Braz e Augusto Dutra terminaram empatados na primeira posição no salto com vara masculino do Troféu Brasil. Eles saltaram 5.52m. Com isso, Dutra não conseguiu o índice para o Mundial, que é 5,70m. Braz, por sua vez, já estava classificado para a competição, mas mostra que não está em grande fase em competição outdoor. No Grande Prêmio Brasil de Atletismo, no penúltimo sábado (3), por exemplo, o atual campeão olímpico saltou 5,40m e ficou em segundo, atrás justamente de Augusto (5,60m).

Jovens – O último dia do Troféu Brasil de Atletismo foi dos garotos. Nos 400m com barreiras, Marcio Soares Teles, de 23 anos, bateu o recorde do campeonato e fez índice para o Mundial, com 48s94. Ele é o 15.º do ranking mundial.

Nos 200m, Vitória Rosa venceu e fez melhor marca da carreira dela pelo segundo fim de semana seguido, agora 22s93, e alcançou mais uma vez o índice para o Mundial. Na sexta, ela já havia feito o índice nos 100m rasos. A marca a deixa em sexto no ranking de todos os tempos dos 200m no Brasil.

Aos 25 anos, Aldemir Gomes foi ainda melhor. Venceu os 200m com 20s15 e assumiu o 13.º lugar do ranking mundial. No ranking brasileiro de todos os tempos, o novo recordista do Troféu Brasil é terceiro. Só fica atrás da Claudinei Quirino e Robson Caetano. "Foi um tempão, igualou o melhor da minha vida", lembrou André Domingos.

Nos 800m rasos, Thiago André melhorou em mais de um segundo o melhor tempo da carreira e ganhou com 1min44ss81. Mesmo correndo praticamente sozinho, com muita margem sobre os rivais, ele assumiu o sexto lugar no ranking brasileiro de todos os tempos numa prova que o Brasil já foi campeão olímpico. Recentemente, ele bateu o recorde sub-23 de Joaquim Cruz nos 1.500m e venceu a milha em um etapa da Diamond League.