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Jogadores das seleções de handebol exigem renúncia de presidente

Demétrio Vecchioli

23/04/2018 10h26

Após o luto, para a luta…
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— Thiagus Petrus (@thiaguspetrus) 23 de abril de 2018

Os jogadores das seleções brasileiras de handebol, tanto de quadra quanto de areia, se organizaram para lançar um manifesto nesta segunda-feira, no qual vão exigir a renúncia imediata do presidente Manoel Oliveira, que comanda a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) desde 1989. "Seu Manoel", como é conhecido, foi afastado do cargo por decisão judicial na última quarta-feira, mas seu vice-presidente, Ricardo Souza, faz questão de ressaltar que é apenas um "presidente em exercício".

"Queremos a renúncia imediatamente! Queremos ajudar a mudar a gestão da Confederação no sentido em que possam valorizar as pessoas realmente importantes e que realmente fazem o handebol acontecer no caso de atletas, técnicos, árbitros, professores alunos, clubes e pessoas envolvidas", diz Thiagus Petrus, capitão da equipe masculina. O discurso dele é combinado com os seus pares do time feminino (Duda) e das equipes de areia.

Na quinta-feira da semana passada os jogadores já haviam decidido pedir pela renúncia, motivada pelos escândalos de corrupção e pela perda do patrocínio do Banco do Brasil, que anunciou que não vai renovar seu contrato com a CBHb. Depois disso, o Olhar Olímpico ainda mostrou que a confederação deve quase R$ 10 milhões para o Ministério do Esporte, porque a prestação de contas do convênio que bancou o Mundial Feminino de 2011 foi rejeitada pelo governo.

Leia: Entenda por que Justiça afastou presidente da Confederação de Handebol

"Acreditamos que a renúncia é o primeiro e mais importante passo para a mudança que queremos ver no handebol.
Além disso, sua renúncia também a parte do princípio mínimo da alternância de poder, uma vez que Manoel está há 28 anos na presidência de CBHb", continua Thiagus.

Ele admite que o movimento dos atletas está atrasado. As denúncias que fizeram a Justiça Federal do Distrito Federal atropelar a letargia das investigações do Ministério Público Federal do Sergipe e decretar o afastamento de Manoel já eram públicas desde 2016, quando começaram a aparecer na imprensa por uma série de reportagens da ESPN. À época, não houve manifestação dos atletas.

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Desta vez, porém, o chacoalhão foi tão grande que eles resolveram agir. Antes tarde do que nunca. "No ano de 2016 estivemos em evidência, em um dos melhores momentos da modalidade e um dos mais exigentes e importantes de nossas carreiras. Já existia uma postura combativa, porém existiam opiniões divergentes e ainda não havíamos alcançado esse grau de organização, o que não nos permitiu nos posicionarmos de maneira uniforme e firme. Talvez tenhamos perdido o melhor momento para fazê-lo", admite Thiagus.

Neste novo momento, os atletas não querem mais abrir mão das indicações a que têm direito nos órgãos internos da CBHb e pretendem participar ativamente da discussão de um novo modelo para a confederação. "Um primeiro passo fundamental para mudar o panorama do histórico recente da Confederação seria estabelecer um limite para reeleição e rever o modelo federativo. Esse o modelo que que desequilibrado, que ademais favorece a perpetuação de dirigentes no comando das instituições esportivas no Brasil por longos períodos, no nosso caso o Manoel Luiz", cobra o capitão da equipe masculina.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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