Oscar Maroni critica Bolsonaro e promete cervejada se F1 ficar em SP
Símbolo do turismo sexual de São Paulo, o empresário Oscar Maroni está irritado com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), para quem fez campanha eleitoral no ano passado. O motivo é a disposição do político de retirar o GP Brasil de Fórmula 1 de São Paulo a partir de 2021, transferindo-o para um autódromo ainda inexistente no Rio de Janeiro. O tema é tão importante para o dono do Bahamas Hotel Club que ele topa repetir uma iniciativa famosa.
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"Pode registrar aí. Vai ter cervejada de novo quando o (Gilberto) Kassab for preso. E vai ter cervejada em homenagem ao (João) Doria se a Fórmula 1 ficar em São Paulo", disse Maroni ao Olhar Olímpico, fazendo referência à distribuição de cervejas na porta da casa noturna, que ele prometeu (e realizou) quando o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) foi preso.
Maroni, que diz ter uma "prevenção" muito grande contra todos os políticos brasileiros, atira para todos os lados. O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) tem um lugar especial nessa lista, porque, mais de uma década atrás, o hoje secretário do governo Doria embargou a construção do Oscar's Hotel, um hotel "seis estrelas" que Maroni ainda quer abrir do lado do seu famoso estabelecimento, o Bahamas Hotel Club.
Conhecida casa de prostituição de luxo, o Bahamas nunca escondeu o interesse no público internacional que a Fórmula 1 traz a São Paulo: homem, viajante, com alto poder aquisitivo. No passado, chegou a instalar outdoors perto do autódromo para atrair clientes. Por isso que o empresário está tão incomodado.
"A Fórmula 1 é uma tradição no turismo paulistano. O Bahamas tem um aumento de público de 50, 60%, assim como shopping, assim como casas noturnas, puteiros, restaurantes, taxistas, Uber… Por que tirar de São Paulo isso, Bolsonaro? Você quer gerar uma polêmica para falarem do seu nome, Bolsonaro? Por que que sua intenção de tirar a F1 de São Paulo e ir para o Rio? Bolsonaro, vocês estão mexendo na minha carteira. Presidente, com todo respeito, você faz uma puta de uma burrice. Você está se queimando, Bolsonaro. Doria, você tá ganhando voto", avalia Maroni.
O empresário cobra que o presidente explique "para o brasileiro" por que quer levar a Fórmula 1 para o Rio. "Isso é o que sugere o seu ministro do Turismo? Por que um homem que eu admiro está fazendo uma coisa dessas? O (Marcelo) Crivella não dá conta de administrar a cidade. Crivella, liga para o seu tio, ele tem o celular de Deus e vai pedir para resolver tudo isso", ironiza Maroni, lembrando que o prefeito do Rio é sobrinho do líder da Igreja Universal, Edir Macedo.
Por falar em celular, por que Maroni não faz essas perguntas diretamente ao presidente Jair Bolsonaro? "Eu não tenho o Whatsapp dele, só do filho dele, o Eduardo", explica. Vai resolver isso criando um programa para falar com o presidente. "No meu Instagram, vou começar a fazer o Café da Manhã com o Presidente. Eu pergunto, ele não responde, falo, e ele não responde. Mas vou continuar falando."
A prefeitura de São Paulo tem batido na tecla de a Fórmula 1 deixa em São Paulo, todo ano, R$ 334 milhões. Parte desse dinheiro fica no Bahamas e em outras três casas similares, que se valem de um modelo que Maroni diz ter inventado. A casa noturna/hotel cobra entrada, vende bebidas, recebe pelo uso de mesas de sinuca e da sauna e aluga os quartos. Cobra também o ingresso das mulheres, a maioria delas "profissionais do sexo" (palavras de Maroni), que fazem o que bem entenderem lá dentro.
"O ilegal é quando tem participação no ato sexual das mulheres. Elas pagam para entrar e se elas trepam ou não aqui ou em outro lugar, não é problema meu", diz Maroni. Atualmente, segundo ele, entram na casa cerca de 60 homens e até 100 mulheres por noite. Esse número aumenta em pelo menos 50% em fim de semana de Fórmula 1 e ainda mais quando acontece o Salão do Automóvel, realizado paralelamente ao GP a cada dois anos.
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