Caixa discute apoio a olímpicos com o COB, mas recusa novas confederações
A Caixa Econômica Federal vai seguir os passos da Petrobras e também deve se afastar das confederações para focar no apoio direto ao atleta. Atualmente patrocinando apenas duas confederações, de ginástica e atletismo, além do Comitê Paraolímpico (CPB), o banco promete não "rasgar contratos", mas deve iniciar em breve um novo modelo de apoio. No caso da petrolífera, isso significou uma redução expressiva no montante total de investimento, que chega a um número muito menor de esportistas.
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"A mudança que vamos fazer vai ser o apoio direto aos atletas a partir de agora, porque é bem mais eficiente. Ainda estamos discutindo esse projeto, mas vamos ajudar a preparação olímpica. Hoje, a gente faz ginástica olímpica, atletismo, basquete, e todos os esportes paraolímpicos. Estamos conversando com o COB (Comitê Olímpico do Brasil) e nós vamos dar apoio a outras modalidades até a Olimpíada, sempre com foco no atleta", explicou o presidente do banco, Pedro Guimarães.
Na terça (18), ele participou de evento em São Paulo no qual a Caixa assinou um termo de compromisso com o CPB para manter um centro de formação de atletas no CT paraolímpico, que passa a ter o nome da Caixa. O novo contrato vai render R$ 2,5 milhões ao ano para o CPB, por quatro anos.
Mas a Caixa não vem pagando com regularidade o contrato de patrocínio com o comitê, que tem parcelas mensais de cerca de R$ 2,2 milhões. Atualmente duas parcelas estão atrasadas. Perguntado sobre isso, Guimarães negou, sem certeza do que estava falando. "Não sei essa pergunta [olha para o assessor e faz longa pausa]. Não tem nada devendo. O que nós temos é um patrocínio mais amplo. A parte de Paraolimpíada é o foco número 1 da Caixa", disse, antes de interromper a entrevista abruptamente, alegando ter outros compromissos.
Mesmo assim, continuou na área do evento, tirando fotos com crianças e com funcionários da Caixa. E voltou a dar entrevistas, para os canais oficiais do governo. "A gente tem várias parcerias dentro do Ministério (da Cidadania). Faço parte da reunião de ministros desde o início e nós temos várias conversas. A Caixa é um instrumento de política pública do Brasil, com resultado financeiro positivo e ações sociais. Essa junção dos dois é imbatível", alegou, visto de perto por presidentes de confederações que tentavam trocar cartões com ele, na esperança de uma reunião.
Depois de citar os patrocínios ao Novo Basquete Brasil (NBB) e à Liga de Basquete Feminino (LBF), Guimarães ressaltou que a Caixa não "rasga contratos", deixando claro que o apoio ao basquete vai continuar. Ambos os contratos são até 2020.
No ciclo olímpico passado, a Caixa patrocinou quatro confederações olímpicas: ciclismo, wrestling, ginástica e atletismo. Em 2017, renovou só com as duas últimas, por valores menores do que do contrato anterior – atletismo foi de R$ 90 milhões a R$ 60 milhões e ginástica de R$ 35 milhões a R$ 20 milhões por quatro anos. No total, um corte de R$ 98 milhões.
Depois da Rio-2016, a Petrobras também se afastou das confederações, deixando de renovar com boxe, esgrima, levantamento de peso, remo, taekwondo e judô. Em julho do ano passado, a empresa anunciou a recriação do Time Petrobras, um programa de patrocínio a 25 atletas de diversas modalidades. Segundo a Petrobras, o investimento total é de R$ 9,8 milhões.
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