Presidente da CBDA fica isolado após novo CEO também pedir demissão
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) vive uma crise. Não só financeira, mas também política. Nesta terça-feira (11), Leonardo Castro pediu demissão do cargo de diretor-executivo (CEO), depois de ficar apenas pouco mais de um mês no posto. Ele saiu reclamando de falta de autonomia para tomar decisões.
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"Ou eu estou ali para tomar minhas decisões e responder pelos meus acertos e meus erros ou não tem por que eu estar ali", explicou Castro, em entrevista por telefone ao Olhar Olímpico.
Ex-diretor da Lei de Incentivo ao Esporte no governo federal, Castro conta que fez um estudo "bem aprofundado" da questão financeira da CBDA, outro sobre os serviços que a CBDA contrata e um terceiro sobre pessoal – quem tinha ou não que ficar, por critérios financeiros. Mas não teve aval para colocar em prática as conclusões.
Miguel Cagnoni foi eleito presidente da CBDA há dois anos, com um discurso de moralidade, na esteira das denúncias que atingiam Coaracy Nunes, ex-presidente, de quem Cagnoni fora aliado por muitos anos.
Desde que assumiu o cargo, porém, a CBDA segue ladeira abaixo. O patrocínio com os Correios acabou no fim do ano passado e, em fevereiro, ele e o presidente da estatal apareceram juntos em um vídeo no Instagram de um deputado para anunciar que o contrato seria renovado. Até agora não foi.
Na ocasião, ele já havia perdido seu principal aliado, Renato Cordani, uma espécie de fiador político de sua candidatura, que atuava como diretor esportivo e pediu demissão também reclamando da falta de transparência na gestão de Cagnoni na confederação.
Em abril, a CBDA precisou fechar as portas literalmente, instituindo o home office, por falta de dinheiro para pagar pela estrutura da confederação. Na tentativa de reverter o cenário, a então diretora financeira e administrativa, Ana Paula Alves, muito próxima a Cagnoni desde os tempos da Federação Paulista, decidiu se afastar. Foi quando Castro foi contratado.
Um mês e pouco depois, Ana Paula continua com carteira assinada pela CBDA, mesmo que seu cargo, em tese, tivesse sido incorporado pelo CEO. A entidade tem poucos recursos para gerir, uma vez que, impedida de receber recursos da Lei Agnelo/Piva, tem suas despesas esportivas pagas diretamente pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Em nota, a CBDA minimizou a saída. Disse que "as modalidades administradas pela entidade já são geridas pelos seus supervisores, que são de total confiança da presidência da Confederação e não dependem da diretoria executiva para dar continuidade ao trabalho de desenvolvimento dos esportes".
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