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Olhar Olímpico

Bolsonaro cumpre meta dos 100 dias e dá Bolsa Atleta a mais 3,1 mil

Demétrio Vecchioli

11/04/2019 08h45

O governo Jair Bolsonaro (PSL) cumpriu a meta proposta para o esporte nos 100 primeiros dias de gestão. Nesta quinta-feira, conforme havia antecipado o Olhar Olímpico, a Secretaria Especial de Esporte publicou no Diário Oficial uma portaria concedendo Bolsa Atleta a 3.142 atletas. Com isso, corrigiu a enorme parte dos cortes feitos no último dia último da gestão Michel Temer (MDB).

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O finado Ministério do Esporte deixou para o finalzinho do ano passado a publicação da lista de contemplados pelo Bolsa Atleta em 2018, pelos resultados obtidos em 2017. Quando a lista saiu, ela tinha pouco mais de 3 mil nomes, ainda que cerca de mais de 6 mil tivessem direito ao benefício. A relação de beneficiados só abrangeu a metade de cima da pirâmide, cortando a bolsa principalmente para as categorias de base.

Na ocasião, o governo alegou que não tinha orçamento suficiente para o programa, o que o Olhar Olímpico vinha alertando que aconteceria mais cedo ou mais tarde desde meados de 2017. Por falta de recursos, o governo também enviou aos atletas um termo de adesão no qual se comprometia a pagar somente três meses da bolsa com o orçamento de 2018. Os restantes nove meses teriam que ser arcados pela nova gestão, com orçamento 2019.

Desde que assumiu a Secretaria Especial de Esporte, o general Marco Aurélio Vieira vem falando que a "recomposição" do Bolsa Atleta seria sua prioridade. E o ministro da Cidadania, Osmar Terra, listou essa como uma meta para os 100 primeiros dias de governo. Cumpriu. A relação tem mais de 3,1 mil atletas, escolhidos com base no edital de 2018. Subtende-se que eles têm direito às 12 parcelas, também.

Chama atenção a lista ter oito atletas da categoria "olímpicas/paraolímpica" e cinco da "internacional", que não estavam entre os cortados da lista do fim do ano passado, que atingiu da metade para baixo da pirâmide. Esses nomes são uma correção, apenas parcial, de um problema também importante, mas que teve menos visibilidade.

No fim do ano passado, por conta da falta de recursos, o governo federal só renovou a Bolsa Pódio (de R$ 5 mil a R$ 15 mil) dos atletas que estavam no Top 3 do ranking mundial de suas modalidades naquela ocasião, ainda que a legislação abrace os Top 20. Diversos desses atletas, por imaginarem que teriam a Bolsa Pódio renovada, não pediram a Bolsa Atleta. Candidatos a medalha em Tóqui0-2020, ficaram sem nem uma, nem outra.

Confira a lista de beneficiados 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.