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Sem policiamento, Mundial de Skate tem furtos e fere Estatuto do Torcedor

UOL Esporte

14/09/2019 15h52

São Paulo recebe Mundial de Skate (Crédito: Divulgação)

Lançado no Palácio dos Bandeirantes, o Mundial de Skate Park tem o apoio expresso do governador de São Paulo, João Doria. Mas nenhum policiamento para impedir o consumo liberado de bebidas alcoólicas, proibido pelo Estatuto do Torcedor. Nem quando três profissionais de imprensa foram furtados a Polícia Militar, ligada ao governo do Estado, foi acionada.

O Mundial de Skate Park acontece no Parque Antônio Portinari, vizinho ao Villas Lobos, em área também pertencente ao Estado, na zona Oeste de São Paulo. Existe uma base da Polícia Militar dentro do parque, mas os policiais não têm acesso ao recinto montado pela Confederação Brasileira de Skate e pela Rio de Negócios, organizadora de eventos da Oi.

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Diferente do que acontece em estádios de futebol, não há policiamento nem nas arquibancadas nem no controle de acesso. Por isso, quem compra cerveja dos vendedores oficiais que atuam na área externa ao recinto pode entrar com ela livremente. Em uma área VIP para 250 pessoas a cerveja é distribuída livremente.

O consumo de bebidas alcoólicas em eventos esportivos fere o Estatuto do Torcedor. Este ano, a Assembleia Legislativa de São Paulo chegou a aprovar projeto de lei que liberaria a venda de cerveja nos equipamentos esportivos, mas ela foi vetada por Doria, que argumentou não poder passar por cima do Estatuto do Torcedor. Questionado sobre a irregularidade, o governo estadual não quis comentar.

Antes ainda do início das semifinais masculinas neste sábado, um homem entrou no contêiner reservado à imprensa e furtou equipamentos de três profissionais: dois brasileiros e um japonês. Um fotógrafo calcula em R$ 70 mil o valor dos seus equipamentos roubados. Uma câmera de segurança registrou o roubo. Até a competição acabar, quatro horas depois dos furtos, a polícia não havia sido comunicada.

Um grupo de cinco policiais que trabalha no parque até parou de bicicleta na entrada da área de imprensa, mas nenhum deles sabia que estava a alguns passos de um local onde havia ocorrido um furto. A organização não os havia acionado.

Na falta de policiamento, não são poucos os que fumam maconha na área externa do evento – algo que não é incomum na área.

Três horas depois dos furtos, a organização disse à reportagem que "já está fazendo o procedimento de comunicação à polícia".

Em nota, os organizadores disseram que já estão cientes e "dando todo suporte aos fotógrafos que tiveram seus equipamentos subtraídos", ressaltando que a segurança foi reforçada no local.

A organização não comentou o consumo de bebidas alcoólicas no recinto esportivo. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública também não comentou a venda de bebidas.

O policiamento na região é realizado por equipes do 23º Batalhão de Policia Militar Metropolitano (23º BPM/M). Até o momento, a PM não recebeu nenhum chamado de atendimento pelo telefone 190. O 91º DP informou que não houve registro de ocorrência referente ao campeonato. A Polícia Civil ressalta a importância das vítimas registrarem o BO para que os casos sejam investigados.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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