Hypolito explica encontro com Bolsonaro e diz que sabia que seria linchado
Diego Hypolito acordou nesta quinta-feira (21) com seu nome sendo o assunto mais comentado do país no Twitter. Tudo porque ontem (20) à tarde ele se encontrou reservadamente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a primeira-dama Michelle, em Brasília. O casal presidencial compartilhou imagens do encontro nas redes sociais e Diego, que se assumiu gay este ano em declaração ao UOL Esporte, passou a ser duramente criticado.
"Acho que ninguém na vida é dono de nenhuma verdade e eu sabia que se tivesse foto (com o presidente) eu seria linchado pelos gays. Mas não se esqueça que eu também sou gay! E penso que precisamos que as pessoas sejam justas com a liberdade de expressão! Nada mudou em mim. Nada mudou no Diego. Sou de carne e osso", disse, ao Olhar Olímpico, antes de sair para mais um encontro em Brasília, desta vez com o secretário especial do esporte, general Décio Brasil.
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De acordo com o ginasta, que ainda sonha em se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio, o encontro foi solicitado pelo próprio Bolsonaro, ainda que o próprio Diego tenha compartilhado nas redes sociais no início do ano sua vontade de encontrar o presidente.
"Eu ontem (quarta) nem estava me sentindo bem. Estava com muita dor de cabeça, mas consegui passar todos os meus medos. E o mais importante: mostrar que quero ajudar o esporte. Acho que é meu dever, pois o que passei não quero que nenhum menino ou menina passem. Mas serei julgado sempre, fazendo o certo ou o errado. Essa atitude de pedir ajuda é certa? Eu não sei, mas creio que a vida é única, então devemos ser bons. Eu não mudei em nada só encontrei uma pessoa como todas as outras", justificou.
De acordo com Diego, o fato de ele ter se encontrado com o presidente não significa que ele tenha mudado seus pensamentos e ideias. O encontro serviu, segundo ele, para defender pautas do esporte. "Eu vi que as pessoas do esporte não se ajudam e tentei. Quero mudar o esporte. De nada serviria eu ter conseguido meus resultados e não ter cada vez mais atletas que consigam ajudar e não se prostituir tendo que ficar calados porque o sistema os faz ser assim para alcançar seus sonhos", explicou.
O encontro durou cerca de 25 minutos e foi acompanhado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. A Caixa, patrocinadora da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), patrocina individualmente alguns ginastas brasileiros, incluindo Diego e sua irmã, Daniele, mas os critérios de escolha dos patrocinados nunca foi divulgado. Nos bastidores, existe um temor muito grande de que a Caixa não renove o patrocínio à confederação, que vence depois dos Jogos de Tóquio. O banco, ainda na gestão Michel Temer, deixou na mão diversas modalidades, como wrestling, ciclismo e levantamento de peso.
Diego também usou o encontro para entregar a Jair Bolsonaro o primeiro exemplar de sua autobiografia, Não Existe Vitória Sem Sacrifício, que terá lançamento oficial na semana que vem. A foto de capa do livro faz parte do ensaio fotográfico feito pelo UOL para o texto em que Diego assumiu ser gay.
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