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Olhar Olímpico

Fernando Reis é oitavo no Mundial de Levantamento de Peso

Demétrio Vecchioli

27/09/2019 16h37

(Wander Roberto/COB)

O Brasil encerrou o Mundial de Levantamento de Peso, nesta sexta-feira (26), na Tailândia, com um resultado aquém do esperado. Fernando Reis Saraiva, única esperança de medalha do país, fechou a competição no oitavo lugar da categoria peso-pesado, para atletas de mais de 109 quilos. Assim, o melhor desempenho do Brasil na competição ficou com Jaqueline Ferreira, sexta colocada em sua categoria.

Fernando passou por cirurgia este ano, para chegar sem problemas físicos para a Olimpíada do ano que vem. No Pan, há dois meses, conquistou o ouro mesmo sem estar 100% fisicamente. Na Tailândia, levantou 192 quilos no arranco e 232 quilos no arremesso, somando 424 quilos. Nos últimos dois Mundiais ele vinha de 440kg em 2017 (foi sexto) e 436kg em 2018 (terminou em quarto).

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"O resultado está dentro do nosso esperado, considerando que estamos ainda no processo de recuperação de uma cirurgia de joelho, realizada em dezembro de 2018. Estamos felizes por sentirmos que estamos no caminho certo para o objetivo maior: os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Uma medalha olímpica será nossa", escreveu Fernando Reis em uma rede social. 

Desta vez, 437kg teria sido suficiente para o bronze. Mas ouro e prata ficaram muito à frente. O fenômeno georgiano Lasha Talakhadze, invicto desde 2013, levantou 480kg, no total. A prata ficou com Gor Minasyan, da Geórgia, com 460kg.

No feminino, o sexto lugar de Jaqueline Ferreira na categoria até 87kg foi surpreendente porque ela sequer competiu no Grupo A – no levantamento de peso, os atletas são divididos em níveis, competindo em etapas diferentes. Aos 32 anos, ela somou 235kg (107kg + 128kg) e ficou esperando as rivais se apresentarem. Foi ultrapassada por cinco. Para o bronze ela precisaria de 252kg.

Quinta colocada na Olimpíada de Londres em duas categorias abaixo da atual, Jaqueline disputou na Tailândia seu primeiro Mundial do atual ciclo olímpico e acabou beneficiada por disputar uma categoria esvaziada. Na categoria mais leve que a dela, os mesmos 235kg teriam valido só a oitava colocação. Nem competindo entre atletas de até 64kg (23 quilos mais leves) ela chegaria perto do pódio.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.