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Brasil tem 2 resultados positivos para doping e pode perder medalhas do Pan

Demétrio Vecchioli

28/08/2019 01h00

Cerimônia de Abertura dos Jogos Pan-Americanos (Abelardo Mendes Jr/Rede do Esporte)

O Brasil bateu seu recorde de medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima e pode também bater recorde de casos de doping. O país teve dois resultados analíticos adversos identificados durante a competição, que ainda são tratados sob sigilo pela PanAm Sports (comitê pan-americano), pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e pelas confederações envolvidas. Antes do Pan o COB precisou cortar dois atletas suspensos por doping: Gabriel Santos e Maria Clara Lobo.

Por enquanto os dois casos identificados em Lima são preliminares e sequer foram divulgados publicamente, caso os atletas consigam comprovar que houve falha durante a coleta dos exames ou se a contraprova não repetir o resultado da amostra A. Se isso vier a ocorrer, o respectivo caso pode nunca se tornar público.

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O Olhar Olímpico apurou que um dos resultados analíticos adversos é de um atleta da equipe brasileira de atletismo, mas não conseguiu confirmar o nome do esportista. Todos os integrantes da seleção que foi a Lima estão inscritos no Troféu Brasil, que começa na quinta-feira (29).

O segundo atleta seria um medalhista que, de forma surpreendente, ficou de fora de uma convocação de sua confederação nos últimos dias. Paralelamente, ele excluiu seu perfil em todas as redes sociais – até a conta dele no Whatsapp foi deletada. A reportagem tentou falar com ele por telefone, sem sucesso, e por isso não conseguiu confirmar a informação.

Em toda história dos Jogos Pan-Americanos o Brasil só teve dois casos de doping. O primeiro, da nadadora Rebeca Gusmão, em 2007, no Rio. Banida para toda a vida, ela perdeu as quatro medalhas conquistadas: dois ouros (50m e 100m livre), uma prata e um bronze (nos revezamentos).

O outro caso ocorreu em 2015. Patrick Mendes, quarto colocado na categoria até 105 kg do levantamento de peso, testou positivo para um anabólico de testosterona. Filho de um brasileiro, antes ele competia pelos Estados Unidos, mas foi afastado depois de cair no doping em 2011. Pelo Brasil, voltou a ser suspenso, desta vez até 2023.

Da lista inicial de convocados para o Pan de Lima, foram cortados o nadador Gabriel Santos (suspenso por um ano pela Fina), Maria Clara Lobo, do nado artístico, suspensa de forma provisória pela ABCD, e Bia Haddad Maia, flagrada por SARM pela federação internacional. Entre os convocáveis, também estão suspensos a judoca Jéssica Pereira e um grande número de ciclistas, especialmente de estrada.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.