Quebrada, CBDA fecha sede no Rio e põe prédio à venda
Depois de instituir o home office para economizar, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) foi além. Em mensagens enviadas em grupo interno de Whatsapp, o agora diretor-geral da entidade Ricardo Prado avisou que os funcionários devem passar na sede da confederação, no centro do Rio, e pegar seus pertences. O escritório na Avenida Presidente Vargas será fechado e, com sorte, alugado para gerar alguma renda.
LEIA MAIS:
+ Doping de Gabriel Santos é golpe duro no 4x100m livre a 25 dias do Mundial
+ Confederações endividadas conseguem liminar e voltam a receber Lei Piva
+ Presidente da CBDA fica isolado após novo CEO também pedir demissão
"O que vem rolando é que, segundo informação do nosso presidente (Miguel Cagnoni), a gente não deve mais voltar para nossa sede. A gente continua em home office e a FARJ (Federação Aquática do Rio) vai disponibilizar um espaço lá na sede dela", explicou Ricardo Prado, em mensagem de áudio recebida pela reportagem.
Deixando claro que a informação não deve chegar à imprensa porque "isso não ajuda em nada a nossa causa", Ricardo Prado explicou que a CBDA vai passar a operar em um cantinho da sede da federação do Rio. "Na FARJ não tem espaço para quase nada. A documentação pesada da CBDA lá não tem espaço não", respondeu ele, em outro áudio. Há pelo menos dois meses o site da CBDA não tem resultados atualizados.
Nas mensagens enviadas à reportagem por uma fonte, Ricardo Prado explica que agora ele "ajuda" o presidente Miguel Cagnoni a gerenciar as cinco modalidades. No fim do ano passado, Renato Cordani, fiador político de Miguel, demitiu-se do cargo de diretor de esporte reclamando falta de transparência na gestão. Em abril foi a vez de Ana Paula Alves, diretora de finanças e administração, pedir demissão. Pra muitos, a mais próxima aliada de Miguel era, na verdade, quem dava as ordens.
Leonardo Castro chegou em abril para atuar como CEO, depois de comandar a Lei de Incentivo ao Esporte no governo federal. Mas ficou só um mês no cargo e se demitiu reclamando que Miguel não permitiu que ele tomasse as medidas necessárias para sanar os problemas da confederação. Foi aí que Ricardo Prado foi promovido.
Agora, é o ex-nadador quem vai cuidar do desmonte da confederação. "É improvável que a gente volte para a sede velha. A gente tem autorização para alugar e talvez vender. Se alguém conhecer alguém que trabalha com mercado imobiliário, coloca a gente em contato. Por enquanto continua todo mundo em home office. Todos nós devemos ir lá retirar nossos pertences pessoais, porque certamente não devemos voltar a trabalhar na nossa sede", avisou.
"Aproveita e já chupa do seu computador tudo que for interessante. Nossa ideia é ter alguns computadores compartilhados. Três computadores que quatro, cinco ou seis pessoas possam utilizar", continuou.
A crise financeira da CBDA começa nas prestações de contas da gestão Coaracy Nunes reprovas pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Essas reprovações impedem a CBDA de receber recursos da Lei Agnelo/Piva, sua principal fonte de receita. A confederação também tem pendências com o Ministério do Esporte, mas na semana passada o Tribunal de Contas da União (TCU) deu efeito suspensivo e isso deixou de ser impeditivo para os repasses da Lei Piva.
Mas a crise se acentuou mesmo quando os Correios deixaram de patrocinar a confederação. Miguel Cagnoni apostou que a renovação viria sem dificuldade e ficou a ver navios no fim do ano. Em fevereiro, ele chegou a ser recebido pelo então presidente da estatal, general Juarez Cunha, e os dois anunciaram a renovação do contrato. Como alertava o Olhar Olímpico, porém, a renovação já havia sido proibida pelo TCU. Ela nunca foi assinada e o general recentemente foi demitido. Agora, as negociações têm que começar do zero.
Sobre o autor
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.