Governo quer diretoria do paradesporto, mas não paga comitê paraolímpico
Na esteira da proximidade entre a primeira-dama Michele Bolsonaro e a portadores de deficiência auditiva, o governo federal vai criar uma diretoria específica para o paradesporto dentro da Secretaria Especial de Esporte. Enquanto a decisão não é formalizada, a Caixa Econômica Federal vai completar três meses sem pagar pelo patrocínio do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que depende desse recurso para manter os paratletas treinando e competindo.
+ Caixa paga dívidas no limite do prazo e evita calote no esporte
+ Caixa analisa continuidade de patrocínios a modalidades olímpicas
Ainda que o governo Jair Bolsonaro (PSL) tenha prometido o enxugamento da máquina pública, que levou inclusive à extinção do Ministério do Esporte, incorporado ao novo Ministério da Cidadania, um novo departamento vai ser criado. A pasta vai se chamar Departamento de Paradesporto e Alto Rendimento (DPAR), funcionando dentro da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR).
"A nova estrutura deverá atender todo o espectro do paradesporto nacional e terá a missão de planejar, coordenar e acompanhar as modalidades paralímpicas e também aquelas não paralímpicas, como os esportes de surdos, portadores de síndrome de Down, autistas e hemofílicos. O objetivo é promover a inclusão por intermédio não só da prática desportiva, mas também por meio de atividades físicas e terapêuticas especificas", explica o ministério.
As ações voltadas ao paradesporto já ficavam dentro da SNEAR. Em 2017, por exemplo, essa secretaria liberou R$ 1,5 milhão para financiar a ida de 75 atletas, mais comissão técnica, para a Surdolimpíadas, disputada na Turquia. Também é a SNEAR que cuida do Bolsa Atleta e, em tese, de convênios com confederações – "em tese" porque o orçamento da pasta é insuficiente para investimentos que não obrigatórios.
Ao mesmo tempo em que promove a criação do novo departamento, o governo vem deixando na mão o CPB. De acordo com fontes do Olhar Olímpico, a Caixa não pagou as parcelas que venceram em janeiro e fevereiro do contrato de patrocínio. Estimulada por um discurso contrário ao patrocínio esportivo do ministro da Economia Paulo Guedes, a estatal vem postergando ao máximo os repasses.
Procurado, o CPB não confirmou o atraso no pagamento, nem quis comentar o assunto. O mesmo fez a Caixa, que informou que o assunto é tratado diretamente com o patrocinado. No próximo dia 31 vence outra parcela do contrato.
Sobre o autor
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.