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Olhar Olímpico

Judô brasileiro revive dias de potência e fatura 6 medalhas na Rússia

Demétrio Vecchioli

17/03/2019 11h35

David Moura acerta golpe para ficar com medalha de bronze em Ecaterimburgo

Fazia muito tempo que o judô brasileiro não vivia um dia tão medalhado quanto este domingo (17). Em Ecatarimburgo, em uma das cinco etapas de Grand Slam do Circuito Mundial, o Brasil faturou cinco medalhas só neste domingo – e mais uma no sábado. A equipe fechou o quadro de medalhas com um ouro, duas pratas, três bronzes e uma série de boas notícias.

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A começar por Maria Suelen Altheman, única a faturar ouro. A peso pesado, quinta do ranking mundial, não precisou enfrentar nem a cubana Idalys Ortiz, nem as japonesas, mas manteve a regularidade. Faturou a terceira medalha seguida no Circuito. Na campanha, passou por duas brasileiras: Rochele Nunes, que foi sua reserva na maior parte dos últimos anos e que agora defende Portugal, e pela jovem Beatriz Souza, sua rival por uma vaga em Tóquio-2020.

Beatriz, de 21 anos, já é a nona do ranking mundial e deve subir depois da campanha em Ecatarimburgo, em que terminou no quinto lugar. Gaúcha, Rochele se recuperou na repescagem e ganhou o bronze para Portugal.

O fim de semana foi das gaúchas, aliás. Depois de Maria Portela faturar a prata na categoria até 70kg, Mayra Aguiar repetiu o resultado na até 78kg, em uma chave que não contou com outras das principais judocas da atualidade. Na final, foi derrotada pela japonesa Mao Izumi. Esta foi a terceira final seguida de Mayra no Circuito, depois de uma campanha muito ruim do Brasil no Grand Slam de Paris.

Mas é do judô masculino que vem a melhor notícia. Não tanto pelos resultados (três medalhas, assim com as mulheres, mas todas de bronze), mas pela retomada. Havia um ano, exatamente desde a etapa de Ecatarimburgo de 2018, que o Brasil não ia ao pódio de um Grand Slam entre os homens. E o tabu foi quebrado com três medalhas de uma só vez.

No peso pesado, Rafael Silva e David Moura faturaram bronze. Os dois foram derrotados pelo israelense Or Sasson, mas se recuperaram na repescagem. No ranking olímpico, Baby tem vantagem sobre David. Só um dos dois vai a Tóquio-2020.

A outra medalha veio com Rafael Macedo, mais um judoca da Sogipa (RS), na categoria até 90kg. Campeão mundial júnior em 2014, ele ainda não havia conseguido ir ao pódio em um evento de nível Grand Slam. É ele o favorito a representar o Brasil na categoria na Olimpíada.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.