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Olhar Olímpico

Sem Olimpíada, economia do Rio teria regredido nove anos, mostra estudo

Demétrio Vecchioli

08/01/2019 11h45

Maracanã na véspera da abertura da Olimpíada (Palácio do Planalto/Twitter)

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na segunda-feira (7) mostra que a realização da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro teve um efeito positivo sobre a economia da cidade e de sua região metropolitana. O evento atenuou os efeitos da crise da economia brasileira e permitiu manter o Produto Interno Bruto (PIB) per capita municipal no patamar de 2012.

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"Sem os Jogos, o indicador teria regredido aos níveis de 2007", destaca Glauter Rocha, autor do estudo, que é pesquisador do Ipea e especialista em políticas públicas e gestão governamental. O levantamento aponta que, na cidade do Rio, o PIB per capita teria sido, em média, 7,5% menor sem os Jogos. Na região metropolitana, a média seria 5,1% mais baixa.

A Olimpíada, lembra o estudo do Ipea, foi realizada durante uma crise aguda da economia brasileira, então em retração. "O PIB per capita municipal teria sido, em média, cerca de 7,5% menor se não tivessem sido realizados os Jogos. Ou seja, foi, aproximadamente, R$ 3,6 mil/ano maior do que teria sido em um cenário sem o evento. Já na região metropolitana, o PIB per capita teria sido, em média, cerca de 5,1% menor. Concluímos ainda que, sem os Jogos, o PIB per capita real do município teria regredido aos níveis de 2007. Os Jogos o mantiveram, no mínimo, no patamar de 2012", diz o pesquisador na sinopse do estudo.

Para chegar a essa conclusão, Rocha comparou o Rio com outros 15 municípios brasileiros com mais de um milhão de habitantes e criou uma Cidade Maravilhosa hipotética, sem os Jogos. A partir daí, considerou o comportamento de variáveis como população, taxa de investimento, participação setorial no PIB, capital humano e taxa de desemprego no período anterior à realização do evento (2002 a 2011). Entre os dados apresentados, o pesquisador considera que os investimentos totais (incluindo privados) superaram "em muito" os R$ 40 bilhões inicialmente previstos.

Em sua conclusão, o autor ressalta que, por enquanto, só foi possível mensurar impactos de curto prazo e do lado da demanda. "Pouco se pode afirmar sobre a concretização dos efeitos esperados do lado da oferta – de médio e longo prazos. De qualquer forma, a realização de um empreendimento de tal porte e com essas características suscita a expectativa de que seus efeitos se prolonguem no tempo, para além da data de sua execução. No médio e longo prazos, são esperados avanços na economia carioca."

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.