Após admitir irregularidade, governo de SP volta atrás e mantém acusado
Um dia depois de o UOL mostrar que um funcionário de segundo escalão do governo do Estado de São Paulo recebeu R$ 104 mil reais em sua conta pessoal para ceder o Ginásio do Ibirapuera para um evento, o governador Márcio França (PSB) confirmou a permanência do acusado na Secretaria de Esporte e Lazer, a SELJ. Além disso, promoveu uma mulher acusada de crime de improbidade administrativa, pivô de um escândalo na cidade de Mogi Guaçu, no interior de São Paulo.
Nesta terça, o Diário Oficial publicou decreto do próprio Márcio França nomeando o publicitário Gabriel Santacreu para exercer o cargo comissionado de assessor técnico nível IV, no gabinete do secretário Cacá Camargo (PROS). Gabriel e Cacá são amigos próximos e há anos compartilham fotos juntos no Instagram – agora o perfil de Gabriel está restrito a amigos.
Durante a apuração da reportagem, na sexta-feira, o blog contactou a Casa Civil do governo Márcio França e perguntou se "é prática regular da administração estadual que funcionários recebam recursos em suas contas pessoais em nome do Estado?". A secretaria respondeu que "o procedimento estava completamente errado por não ser condizente com as práticas transparentes da gestão pública". Disse também que "o funcionário foi afastado das funções", que determinou "a apuração completa dos fatos à SELJ" e que acionou a Corregedoria Geral da Administração.
Em decreto assinado na segunda-feira, Márcio França mudou Gabriel Santacreu de cargo na SELJ, mantendo-o no primeiro escalão da pasta. O publicitário trocou de função com Karina Florido, que agora é a coordenadora de Esporte. Até a semana passada, era ela quem cuidava dos contratos ligados ao Ginásio do Ibirapuera – a Casa Civil explica que, no cargo de Karina, Gabriel não terá esse papel.
Em 2016, Karina foi acusada pelo Ministério Público de crime de improbidade administrativa. Ela teria direcionado licitações enquanto era presidente da Comissão Municipal de Licitações de Mogi Guaçu. O processo corre no Tribunal de Justiça de São Paulo. A SELJ diz a nomeação é legal porque ela não foi condenada. O blog não conseguiu ouvi-la.
Lei Complementar do Estado de São Paulo determina que, para ocupar o cargo de coordenador, o indicado tenha graduação em curso de nível superior e experiência comprovada de, no mínimo, seis anos em "assuntos relacionados com as atividades a serem desempenhadas". A Casa Civil não informou sobre a experiência de Karina para coordenar o esporte em São Paulo.
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