Polícia Federal deflagra operação contra Confederação de Handebol
A Polícia Federal deflagra na manhã desta quinta-feira uma operação que tem como alvo a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) e seus dirigentes. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em três estados, incluindo Sergipe, onde foram visitadas a casa do presidente licenciado Manoel Luiz de Oliveira e a própria sede da confederação, além da residência de um funcionário que cuidava da área de contratos.
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A operação recebeu o nome de Sete Metros, em alusão à penalidade aplicada à falta mais grave aplicada no handebol – é o pênalti da modalidade. De acordo com a PF, são 15 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, Cotia, São Paulo, Brasília e Aracaju.
As investigações são a respeito do uso de recursos públicos de um convênio de R$ 6 milhões firmado entre a CBHb e o Ministério do Esporte em 2011, para a realização do Mundial Feminino no Brasil. A pasta identificou, este ano, que a verba foi usada de maneira irregular e mandou a CBHb devolver toda a quantia – que hoje é equivalente a R$ 10 milhões.
Além disso, a Justiça Federal do Distrito Federal também apontou irregularidades, como licitações forjadas, contratações irregulares e sobrepreço, e determinou o afastamento do presidente Manoel Luiz de Oliveira, que estava no cargo há quase 30 anos. Mas ele se aproveitou do fato da demora para a sede da confederação, em Sergipe, ser comunicada da decisão e, antes disso, pediu afastamento por motivos de saúde – meses antes, havia passado por cirurgia cardíaca.
Então, a situação hoje é que a Justiça determinou seu afastamento, mas ele está afastado, oficialmente, por motivos de saúde, substituído pelo vice, conhecido como Ricardinho, seu antigo aliado.
Todo o cenário não agradou patrocinadores. O Banco do Brasil decidiu não renovar o patrocínio master, que acabou no final de maio, enquanto a fornecedora de material esportivo rescindiu o contrato de maneira unilateral. Por conta da dívida com o Ministério do Esporte, a CBHb ficou meses sem ter acesso aos recursos da Lei Agnelo/Piva, do COB – a entidade diz que obteve certificado do Ministério do Esporte no início da semana e regularizou a situação.
Em contato com a reportagem, o consultor jurídico da CBHb Paulo Sérgio Oliveira disse que não há fato novo que justifique a operação. "Todos os documentos relativos à prestação de contas do convênio estão em posse do Ministério do Esporte", apontou o advogado, que explicou que a operação teria sido determinada por um novo delegado, que trabalha no caso na PF do Sergipe depois que o titular está em licença médica. Paulo Sérgio ainda destacou que Manoel já foi ouvido na investigação.
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