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Olhar Olímpico

Segurança pede desculpas após Joanna Maranhão expor ameaça e avisar patrão

Demétrio Vecchioli

30/04/2019 15h19

"Eu tava só brincando". Foi essa a primeira reação de Alex Sandro Nogueira Ponte ao tentar se desculpar com Joanna Maranhão depois de ter seus ataques expostos pela ex-nadadora. Ele viu que não adiantou e mudou o tom. "Desculpa, eu sou um imbecil. Retardado. Sou um debiloide. Eu sou um fodido. Já até ligaram na empresa que trabalho. Pago aluguel e pensão alimentícia. Se perder o emprego vou morar na rua", apelou.

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Assim como fez o comentarista de futebol e blogueiro do UOL Esporte Mauro Cezar Pereira recentemente, Joanna decidiu expor, de manhã, uma ofensa que recebeu pelo Twitter de outro usuário. "Faltou metralhar você também – ops, eu não estava brincando", escreveu o perfil @ricardoabesata, que se apresenta como sendo de Ricardo Aparecido Miguel.

Alex Sandro comentou essa postagem reforçando o ataque: "Treinador bulinador deu tiros de prazer", escreveu. A mensagem também foi compartilhada por Joanna, que na infância sofreu abuso sexual de seu então treinador.

Assim como aconteceu recentemente quando comentarista de futebol e blogueiro do UOL Esporte Mauro Cezar Pereira também expôs as ameaças recebidas, Joanna logo reconheceu Alex no perfil Alex Sandro Nogueira Ponte no Facebook. Lá, ele se apresenta como segurança na empresa Gocil.

"Quem tiver o contato da empresa de segurança Gocil de SP, por favor me envie. Descobri que é onde o cidadão de bem trabalha", postou. E logo em seguida avisou que já havia entrado em contato com a empresa e aberto um protocolo na ouvidoria da empresa. 

Foi depois disso que Alex resolveu pedir desculpas e se dizer um "imbecil". "Se perder meu emprego vou morar na rua. E depois cadeia, porque não poderei pagar a pensão alimentícia. Por favor tenha dó de mim", escreveu para ela, em mensagem inbox no Facebook, também exposta pela ex-nadadora.

No Facebook, a mensagem inicial de Alex diz: "Deus me livre de pessoas hipócritas, falsas moralistas e aquelas que só lembram de mim nas horas ruins.". No Twitter, em conta já desativada, dizia que escreve o que pensa, que é corintiano com orgulho e que "bloqueia petralhas (sic)".

"As pessoas precisam entender, de uma vez por todas, que divergir politicamente não dá direito de agredir. De achar que internet é local pra você vomitar seu fluxo de pensamento e nada vai acontecer. Pessoas têm histórias, têm sentimentos. Abuso e exploração sexual de crianças não é pauta de polarização política. Vocês podem odiar a esquerda, me achar um lixo enquanto atleta, isso tudo é opinião. Mas usar o abuso que sofri na infância pra me atacar?", escreveu Joanna.

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.