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Olhar Olímpico

Em meio a escândalo de doping, governo apresenta mascote: o ABCDog

Demétrio Vecchioli

29/06/2017 15h31

Reprodução/Twitter

Investigada pela Agência Mundial Antidoping (Wada) e correndo o risco de novamente ser punida, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) apresentou ontem um mascote. É o ABCDog, um cachorro que vai ser utilizado nas ações educativas da entidade.

Responsável pela ABCD, o Ministério do Esporte não divulgou a apresentação do mascote. Questionada pelo Olhar Olímpico, a pasta explicou que o mascote, um cachorro, "está associado aos valores de proteção e lealdade, proteção ao esporte e aos esportistas e lealdade ao compromisso com o jogo limpo".

Há três semanas, um documentário da TV alemã ARD mostrou diversas falhas no controle de dopagem do Brasil. A maior parte das informações constam em um dossiê feito pela antiga gestão da ABCD e que embasa investigações do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Civil paulista.

Além disso, durante as gravações do documentário, a proprietária da empresa No Doping, Alexandra Nunes, foi gravada oferecendo, por telefone, que o organizador de uma competição escolhesse os atletas a serem testados e prometendo entregar o resultado dos exames ao organizador. Ambas as práticas são proibidas e ela é filha do diretor de operações da ABCD, Alexandre Nunes.

O chefe de inteligência da Wada chegou a ficar uma semana no Brasil, em maio, para investigar as acusações. Em meados de junho, o presidente da ABCD, Rogério Sampaio, foi até a Wada, em Montreal, no Canadá.

Ele tem apostado na educação antidoping e, ontem, a ABCD promoveu o 1.º Encontro de Faculdades de Educação Física do Brasil, em Brasília. "Precisamos que o tema do controle de doping faça parte da grade curricular dos cursos de educação física no Brasil. Seria um avanço enorme no exercício da profissão. Os professores formados precisam saber os malefícios para a saúde do atleta quando uma substância proibida é consumida", cobrou o ex-judoca.

 

Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.