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COB prevê repasse recorde a confederações em 2020

Demétrio Vecchioli

30/10/2019 18h25

Paulo Wanderley, presidente do COB (Wander Roberto/ Inovafoto/ COB)

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou nesta quarta-feira (30) a previsão de divisão dos repasses ordinários da Lei Agnelo/Piva para 2020. A entidade estima que R$ 120 milhões serão descentralizados e repassados para as 34 modalidades do programa olímpico, exceto futebol, em um aumento de R$ 11 milhões na comparação com a previsão anunciada no fim de 2018 para 2019.

Muito dificilmente, porém, todo esse montante será repassado, porque diversas confederações estão proibidas de receber recursos públicos. São os casos das confederações de vela, handebol, basquete e taekwondo, por exemplo. Só a CBDA, dos esportes aquáticos, está devendo para o COB documentos que comprovem como ela gastou R$ 7,6 milhões de 2015 a 2017.

A não ser que consiga comprovar na Justiça que a responsabilidade não é da CBDA, mas sim de seus antigos mandatários, a confederação não poderá por a mão nos R$ 4,4 milhões reservados  – cerca de R$ 100 mil a menos do que este ano. Quando isso acontece, o próprio COB aplica esse valor na modalidade, mas apenas na atividade fim (compra de passagens para atletas, treinamentos, material, etc), não na remuneração de funcionários ou em custos administrativos da confederação.

Para determinar quanto cada entidade vai receber, o COB faz um cálculo que leva em conta 12 critérios que passam por medalha em Mundial Adulto (17,4%), nos Jogos Olímpicos (15,2%), em Mundiais de base (15,2%) e itens como prestação de contas (9,1%), e pontuação em um programa de gestão, ética e transparência (6,5%).

A evolução de resultados fez algumas confederações terem um salto fora da curva. É o caso do tiro esportivo, que faturou uma medalha no Mundial Júnior deste ano e vai ganhar R$ 4,4  milhões, ante R$ 3,1 milhões em 2019. O detalhe é que o tiro não conseguiu classificar ninguém para a Olimpíada e depende de um milagre para conseguir uma vaga em 2020.

A ginástica artística e a esgrima, dos campeões mundiais Arthur Nory e Nathalie Moellhausen, vão ganhar R$ 1,5 milhão a mais cada uma. A CBG vai para R$ 6 mi e a CBE para R$ 4,1 mi. O taekwondo pula de R$ 3,2 mi para R$ 4,1 mi. A vela, de R$ 4,5 mi para R$ 5,8 mi.

A ponta continua ocupada por vôlei (6,7 – números expressados em milhões de reais) e judô (6,5). A ginástica (5,9) ultrapassou vela (5,8) e atletismo (5,5), que seguem formando o Top5. Depois aparecem canoagem (5,3), boxe (5,2), tiro esportivo (4,4) e esportes aquáticos (4,4), que perderam duas posições nos últimos dois anos.

A esgrima (4,1) subiu oito posições em dois anos e agora é décima, praticamente empatada com o taekwondo (4,1). Depois, as demais confederações recebem valores que vão de R$ 3,4 mi a R$ 2,6 mi, incluindo os esportes de gelo e neve.

O COB decidiu manter um piso para as cinco modalidades que fazem parte provisoriamente do programa olímpico: beisebol/softbol, escalada, karatê, skate e surfe, apesar dessas duas últimas serem candidatas a diversas medalhas em Tóquio. Cada uma terá R$ 882 mil garantidos em 2020.

O comitê, porém, repassa valores extras a praticamente todas as confederações, a partir de projetos aprovados durante o ano. Só o skate teve R$ 1,7 milhão extra no ano passado. A confederação de handebol, falida, ganhou R$ 2,5 milhões acima do combinado.

Confira o montante de cada confederação, por ordem alfabética:

Atletismo – R$ 5.250.649,14

Badminton – R$ 2.895.562,47

Basquetebol – R$ 3.261.586,52

Beisebol/Softbol – 882.352,94

Boxe – R$ 5.289.381,84

Canoagem – R$ 5.375.700,44

Ciclismo – R$ 2.988.520,96

Desportos na Neve – R$ 2.817.958,74

Desportos no Gelo – R$ 2.611.292,10

Desportos Aquáticos – R$ 4.414.991,07

Escalada Esportiva – R$ 882.352,94

Esgrima – R$ 4.139.988,88

Ginástica – R$ 5.968.034,13

Golfe – R$ 2.794.719,12

Handebol – R$ 3.091.024,29

Hipismo – R$ 3.160.328,16

Hóquei sobre Grama – R$ 2.618.346,99

Judô – R$ 6.359.926,08

Karatê – R$ 882.352,94

Levantamento de Pesos – R$ 3.304.745,81

Pentatlo Moderno – R$ 2.854.893,14

Remo – R$ 2.831.238,52

Rugby – R$ 2.657.356,35

Skate – R$ 882.352,94

Surfe – R$ 882.352,94

Taekwondo – R$ 4.116.610,93

Tênis – R$ 3.400.194,26

Tênis de Mesa – R$ 3.205.562,43

Tiro com Arco – R$ 2.686.820,87

Tiro Esportivo – R$ 4.497.021,41

Triatlo – R$ 2.893.072,52

Vela – R$ 5.894.303,66

Voleibol – R$ 6.771.599,38

Wrestling – R$ 3.025.040,37

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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