Brasil sofre contra Argentina, mas garante vaga olímpica no tênis de mesa
Demétrio Vecchioli
28/10/2019 11h17
(Diana Yalico/ULTM)
O Brasil vai participar das competições por equipes dos Jogos Olímpicos de Tóquio no tênis de mesa. As vagas, tanto no masculino quanto no feminino, foram obtidas no domingo (27), em Lima (Peru), onde aconteceu o Pré-Olímpico Latino-Americano. Hugo Calderano já tinha assegurado sua vaga na chave individual pelo título dos Jogos Pan-Americanos no mesmo ginásio em agosto.
No masculino, com Calderano, que é número 5 do ranking mundial, a equipe do Brasil tem chances reais de brigar por medalhas em Tóquio. Atualmente o time é sexto colocado e, se for bem na Copa do Mundo, em dezembro, pode até ser uma das quatro cabeças de chave na Olimpíada.
Até por isso esperava-se uma campanha mais tranquila do Brasil no Pré-Olímpico. Depois de passar por Peru e Chile na sexta e no sábado, a equipe fez o duelo decisivo contra a Argentina no domingo. E começou perdendo nas duplas, com derrota de Gustavo Tsuboi e Vitor Ishiy para Horacio Cifuentes e Gastón Alto.
Calderano colocou tudo nos conformes com duas vitórias, mas Tsuboi (28º do ranking mundial) voltou a perder, para Cifuentes (83º). No duelo decisivo falou mais forte a força da equipe brasileiro, com Ishiy (64º) vencendo sem dificuldades o veteraníssimo Pablo Tabachnik, de 42 anos, terceiro nome da seleção argentina e 446º do mundo.
A classificação por equipes dá três vagas ao Brasil na Olimpíada. Uma será de Calderano, classificado individualmente como campeão do Pan. A segunda será do segundo melhor brasileiro no ranking mundial na época da convocação. Este também poderá competir na chave individual. A equipe será completada por um escolhido da comissão técnica.
Na competição por equipes cada atleta pode disputar duas das cinco partidas, somente. A comissão técnica tem apostado em escalar Calderano para dois jogos de simples, deixando Tsuboi e Ishiy para jogarem em duplas.
Vaga no feminino
A equipe feminina, que foi só vice-campeã do Pan, perdendo para Porto Rico, deu o troco no Pré-Olímpico. Depois de também passar por Chile e Peru, sobrou contra as porto-riquenhas. Primeiro Caroline Kamahara e Jessica Yamada venceram Melanie Diaz e Daniely Rios.
Depois, no duelo entre as duas latino-americanas mais bem posicionadas no ranking mundial, Bruna Takahashi (53ª) passou por Adriana Diaz (27ª), sua maior rival desde o infantil. Na sequência, Caroline Kumahara (170ª), que tem duas Olimpíadas no currículo e chegou a parar de treinar neste ciclo olímpico, mostrou força e surpreendeu Melaine Diaz (61ª).
Assim como no masculino, no feminino também serão convocadas as duas melhores brasileiras do ranking, com direito a jogar a chave individual. Hoje esses postos são de Bruna e de Gui Lin (109ª), que se aposentou. Jessica Yamada (144ª) e Caroline Kumahara (109ª) disputam esse posto. Quem sobrar deve ser lembrada para a terceira vaga por equipes.
No Pré-Olímpico, o técnico Hugo Hoyama também convocou a jovem Laura Watanabe, de 15 anos. Corre por fora Guilia Takahashi, que tem 14 anos, é irmã de Bruna, e ocupa a 10ª colocação do ranking mundial sub-15.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.