Rafaela Silva é bronze e fatura 1ª medalha do Brasil no Mundial
Demétrio Vecchioli
27/08/2019 08h25
Rafaela Silva (Roberto Castro/Rede do Esporte)
Atual campeã olímpica, a brasileira Rafaela Silva mostrou que vai chegar forte à Olimpíada de Tóquio. Nesta terça-feira, no mesmo ginásio onde serão disputados os Jogos no ano que vem, ela faturou o bronze na categoria até 57kg no Mundial de Judô. A medalha é a primeira da seleção brasileira no Budokan, templo da modalidade, que recebe o torneio.
Esta é também a terceira medalha da carioca em Mundiais de Judô. Disputando o torneio desde 2009, ela foi prata em 2011, na França, ouro em 2013, no Rio, e agora completa a coleção com o bronze. Depois do ouro na Olimpíada-2016, ela fez duas temporadas ruins em 2017 e 2018, nas quais não chegou nem entre as oito primeiras do Mundial, ela reagiu em 2019 com títulos importantes como do Grand Slam de Baku.
No quarto lugar do ranking mundial, Rafaela foi cabeça de chave do sorteio e, por isso, teve um caminho relativamente facilitado até a semifinal. Folgou na primeira rodada e estreou ganhando de Zouleiha Abzetta Dabonne, da Costa do Marfim. Na sequência, venceu por ippon a portuguesa Telma Monteiro, medalhista olímpica, e a russa Daria Mezhetskaia.
Na semifinal, porém, a brasileira teve que enfrentar a grande favorita ao ouro, a japonesa Tsukasa Yoshida, campeã em 2018 e vice em 2017, que venceu no golden score. Como a derrota foi na semi, a brasileira foi para a repescagem, onde ganhou o bronze contra a francesa Leonie Cysique com um wazari também no golden score. Na final, Yoshida foi derrotada pela japonesa naturalizada canadense Christa Degushi.
A medalha de Rafaela por enquanto salva a campanha do Brasil no Mundial, que começou no domingo em Tóquio. No primeiro dia de disputas, Felipe Kitadai foi eliminado na segunda rodada por Gusman Kyrgyzbayev, do Cazaquistão, logo na segunda rodada, enquanto Eric Takabatake, também da categoria até 60kg, caiu para Lukhumi Chkhvimiani, da Geórgia. Os dois algozes depois chegaram até a semifinal, sendo que o georgiano ficou com o título da categoria.
Na segunda, o azar continuou. Principal revelação do judô brasileiro para esse ciclo olímpico, Larissa Pimenta pegou logo na segunda rodada a japonesa Uta Abe, de 19 anos, então campeã mundial. A dona da casa não só venceu como faturou o bicampeonato. A eliminação precoce não permitiu à brasileira brigar pelo bronze. Eleudis Valentim, menos cotada, caiu para Angelica Delgado, dos Estados Unidos.
Também na segunda, outra revelação, Daniel Cargnin, até venceu duas lutas, mas perdeu uma rodada antes das oitavas de final para o ucraniano Bogdan Ianov. Na quarta, o Brasil luta com Eduardo Yudi (até 81kg), Ketleyn Quadros e Alexia Castillos (até 67kg). Mayra Aguiar, brasileira com mais possibilidades de um ouro, luta na sexta. Os peso pesados, também forte candidatos, no sábado.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.