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Aos 46 anos, Scheidt está classificado para sua sétima Olimpíada

Demétrio Vecchioli

09/07/2019 09h46

Robert Scheidt concede entrevista em São Paulo (divulgação)

Robert Scheidt está classificado para mais uma Olimpíada, a sua sétima. Nesta quarta-feira (9), ele encerrou a participação no Mundial da Classe Laser, em Sakaiminato, no Japão, em 12º lugar. Atingiu, assim, o critério para obter o direito de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, que era terminar o Mundial entre os 18 primeiros.

O veterano de 46 anos, que só voltou a competir na Laser no fim do ano passado, e inicialmente sem compromisso, ainda pode, em teoria, perder a vaga olímpica. Pelos critérios estabelecidos pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a vaga muda de dono se outro brasileiro for medalhista no evento-teste olímpico ou no Mundial de Laser de 2020.

É muito improvável, porém, que isso aconteça. Na competição encerrada nesta quarta-feira, Bruno Fontes terminou apenas na 25ª colocação, e graças a uma vitória na regata final. Basta ver o histórico: este foi o 20º Mundial do catarinense na Laser e os melhores resultados dele foram oitavos lugares.

"Saio do Japão com a sensação de missão cumprida e bem contente por ter dado esse passo importante, que foi cumprir o índice da CBVela e do COB. O fato de estar elegível para a equipe do Brasil que vai competir em Tóquio, em 2020, é um motivo a mais para trabalhar, pois esse Mundial mostrou que, para atingir o objetivo de andar entre os top 5 e chegar ao top 3, ainda existem detalhes da minha velejada que preciso aprimorar. Esse vai ser o foco para os próximos meses", comentou Scheidt.

A vaga olímpica para o Brasil na Laser foi obtida no ano passado, quando João Pedro Oliveira conseguiu um surpreendente 19º lugar no Mundial de Vela, na Dinamarca. Mas, pelos critérios da CBVela, a vaga nunca foi nominal dele e sempre esteve em jogo, a partir de critérios pré-estabelecidos.

Quando Scheidt anunciou sua volta à classe Laser, em fevereiro, tornou-se rapidamente o favorito a ir a Tóquio. E mostrou isso na água. Desde então, foi 12º lugar no Princesa Sofia, na Espanha, e 11º na Semana de Vela de Hyères, na França, dois eventos mais tradicionais do calendário.

No Mundial de Laser, chegou a ser o quinto colocado, mas obteve resultados inconstantes nos últimos três dias, quando as flotilhas foram remanejadas e ele ficou no grupo ouro. Além dele e de Fontes, o Brasil teve João Pedro em 37º lugar e Philipp Grochtmann em 91º.

Scheidt estreou nos Jogos Olímpicos em Atlanta, em 1996, já com o ouro na Laser. Ele ainda faturaria uma prata (2000) e outro ouro (2004) na Laser antes de migrar para a Star, onde ganhou uma prata (2008) e um bronze (2012) com Bruno Prada. Em 2016, com a saída da Star do programa olímpico, ele voltou a velejar de Laser, mas não subiu ao pódio. Terminou em quarto.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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