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Doping de Gabriel Santos é golpe duro no 4x100m livre a 25 dias do Mundial

Demétrio Vecchioli

26/06/2019 09h52

Gabriel Santos. (Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

O Brasil nunca teve tantas esperanças de faturar um título mundial de revezamento quanto no Mundial de Natação que começa daqui a apenas 25 dias em Gwangju, na Coreia do Sul. Mas essa perspectiva foi minada por uma dura notícia: motor dessa equipe, Gabriel Santos, de 23 anos, foi flagrado em exame antidoping pelo uso da substância proibida Clostobol. Ele ainda não está suspenso, mas as chances de ele ir ao Mundial ou ao Pan de Lima são irrisórias.

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A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e o próprio nadador, do Esporte Clube Pinheiros, ficaram sabendo na terça-feira (25) sobre o doping. O caso tornou-se público após revelação do GloboEsporte e a informação foi confirmada pelo Olhar Olímpico.

Talvez o menos falado dos quatro componentes do 4x100m brasileiro, Gabriel é o mais regular membro dessa equipe. Chegou de forma surpreendente à seleção na Olimpíada de 2016 e, a partir dali, ganhou seis títulos nacionais seguidos nos 100m livre.

Desde então, os demais componentes do time se alternam, mas ele e Marcelo Cheirighini não saíram de lá. Nadaram com Nicolas Oliveira e Matheus Santana no time que foi quinto na Olimpíada, com Cesar Cielo e Bruno Fratus no grupo prata no Mundial de 2017 e com Marco Ferreira Júnior e Pedro Spajari na equipe campeã do Pan-Pacífico.

Nessas duas últimas escalações, foi Gabriel quem abriu o revezamento. Tudo indicava que deveria ser assim também no Mundial, quando o Brasil chegaria cotadíssimo para o ouro. Na soma dos tempos feitos individualmente nas seletivas nacionais, o time brasileiro, composto também por Spajari e Breno Correia, é só 14 centésimos mais lento que a Rússia e supera com folga a Austrália, por exemplo (os EUA não tiveram seletiva esse ano).

A CBDA deve decidir ainda nesta quarta-feira o que faz, se de fato corta Gabriel do Mundial e se convoca outro nadador. A tendência é deixar como está. A convocação inicial já conta com um reserva, André Calvelo, e o time sempre pode contar com Bruno Fratus, que tem os três melhores tempos do mundo nos 50m livre. Além disso, João de Lucca, convocado para o 4x200m, foi o sétimo dos 100m livre no Troféu Brasil e também poderia nadar as eliminatórias.

Perder um componente, porém, pode ter efeito psicológico importante sobre a equipe. Todos os quatro titulares são atletas do Pinheiros e treinam juntos. Agora, obrigatoriamente entra alguém de fora (Calvelo é da Unisanta e, Fratus, do Minas). Até terça pela manhã, Gabriel estava postando fotos feliz depois de uma boa campanha desse time em um tour de 15 dias por competições na Europa.

A carta da Federação Internacional de Natação (Fina) apontou o resultado positivo para clostobol em um exame de urina colhido em teste surpresa no dia 20 de maio. Gabriel 10 dias para decidir se pede ou não a contraprova e o Pinheiros ainda não indicou qual será a decisão.

O clostobol é um esteroide anabólico andrógeno sintético presente em diversas pomadas para cicatrização. Recentemente, outro atleta da seleção de natação foi suspenso por essa substância: Henrique Rodrigues. Na ocasião, ele conseguiu comprovar que o clostobol chegou ao seu organismo porque a esposa dele havia passado por cirurgia estética e passava uma pomada que continha o clostobol.

O problema é que, mesmo assim, mesmo convencendo o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJDAD) de que não consumiu a substância em má fé, Henrique foi suspenso por 12 meses. Se Gabriel receber a mesma punição – e ele será julgado pela corte da Fina -, ele ficaria fora da seletiva olímpica brasileira, que vai acontecer em abril do ano que vem.

 

 

 

 

 

 

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

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Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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