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Brasil dá vexame e não ganha nenhum jogo no Mundial de Basquete 3x3

Demétrio Vecchioli

20/06/2019 17h20

Jonatas Mello protege a bola contra a Austrália (divulgação/Fiba)

O Brasil voltou a dar vexame no Mundial Masculino de Basquete 3×3, modalidade que estreia no programa olímpico em Tóquio-2020. Como de costume, o Brasil foi eliminado na primeira fase sem ganhar nenhum jogo. Em Amsterdã (Holanda), perdeu para Austrália (21 x 15), Japão (13 x 10), Polônia (12 x 10) e Letônia (22 x 20).

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A campanha segue o padrão do que tem feito a "seleção brasileira" desde que começou a participar dos Mundiais masculinos (chamados agora de "Copa do Mundo"). Em 2012, fez cinco jogos e perdeu todos. Terminou a competição à frente de Guam e Nepal, apenas. Dois anos depois, ganhou uma única partida, sobre a Turquia, e perdeu outras quatro.

Não se classificou aos Mundiais de 2016 e 2017 e voltou ano passado para perder quatro vezes em quatro jogos. Na classificação geral, terminou só à frente de Jordânia e Indonésia. Contando também a campanha deste ano, agora são 18 jogos e uma única vitória.

Apesar dessa tradição pouco honrosa, o Brasil continua se classificando para os Mundiais porque o restante dos torneios internacionais é entre equipes/clubes. O ranking que qualifica para o Mundial soma os pontos obtidos pelos 100 melhores jogadores do país no ranking mundial individual. Hoje o Brasil é 14º no ranking mundial.

Até agora, porém, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) não encontrou um modelo de sucesso para a "seleção". Entre aspas porque, em outros países, o time que representa a nação no Mundial é aquele mais bem posicionado no ranking mundial.

Essa é a regra nas potências da modalidade, como Sérvia, Rússia e Eslovênia: um time que já joga junto o circuito mundial é selecionado e veste a camisa da seleção. Mesmo os Estados Unidos, que dão cada vez mais atenção à modalidade à medida que se aproxima a Olimpíada, levaram três jogadores de um mesmo time- o quarto atleta do elenco vem do basquete tradicional.

 

A CBB, porém, adota modelo diferente, que vem dando errado. Os jogadores considerados os melhores do país são convocados para um curto período de treinamento, quando são escolhidos os quatro convocados.

Nesse Mundial, ainda que o time da Campinas seja o melhor brasileiro no ranking, a seleção tinha só dois atletas dessa equipe (Felipe Camargo e Jonatas Mello). Os outros dois, Jefferson Socas e William Weihermann, são único clube profissional do país, o São Paulo DC, mas têm pouca experiência na modalidade. Ambos disputaram o NBB pelo Joinville.

Como três vagas olímpicas serão distribuídas em um Pré-Olímpico que vai contar com 16 equipes, selecionadas pelo ranking mundial, o Brasil ainda tem chances de estar em Tóquio-2020. O histórico, porém, aponta que o sonho é muito distante.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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