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Gui Lin volta para a China e não joga mais pelo Brasil no tênis de mesa

Demétrio Vecchioli

11/06/2019 04h00

Gui Lin no Mundial de Tênis de Mesa (Abelardo Mendes/Rede do Esporte)

Sete anos depois de se naturalizar brasileira, Gui Lin decidiu não defender mais o Brasil no tênis de mesa. A jogadora, que nasceu na China e veio ao país quando tinha 12 anos, voltou a morar no seu país natal, onde também está sua família. Aos 25 anos, deve abandonar a carreira de atleta de alto-rendimento.

Gui Lin está na China desde o fim do ano passado, mas havia combinado com o técnico da seleção, Hugo Hoyama, de que faria sua despedida com a camisa do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no mês que vem. Mas, depois, pediu dispensa da competição, alegando problemas pessoais.

"A gente tem quatro atletas na seleção feminina que nos representam nos campeonatos. Ela estaria entre as três convocadas, mas teve problemas pessoais que atrapalharam a preparação dela para o Pan. Ela pediu dispensa e decidi convocar essa equipe", explicou Hoyama, ao blog, logo depois de divulgar a convocação com Bruna Takahashi, Jéssica Yamada e Caroline Kumahara.

Hoyama era técnico de Gui Lin desde 2009 na equipe Palmeiras/São Bernardo. Segundo ele, a chinesa tem um problema no ombro e estava bastante cansada da rotina de treinamentos. A decisão de voltar à China, conta o treinador, aconteceu depois que ela rescindiu contrato com o clube polonês que defendia. Como já havia atuado por aquela equipe, não poderia assinar com outra agremiação, fosse na Europa ou no Brasil.

"A avó dela já estava mal de saúde e ela resolveu ficar mais perto da família. Ela deve continuar jogando jogos na China, pode ser que dispute torneios internacionais, mas em grandes competições ela parou", explicou Hoyama.

Naturalizada em 2012, Gui Lin disputou duas Olimpíadas pelo Brasil. Também esteve no Pan de Toronto, em 2015, quando ganhou duas medalhas de prata: no individual e por equipes. No ano passado, foi prata nos Jogos Sul-Americanos. Nesta semana ela ainda aparece no 87º lugar do ranking mundial, mesmo tendo jogado apenas duas etapas do Circuito Mundial, a última delas exatamente na China, além do Campeonato Mundial.

"Pelo tempo que jogou pelo Brasil, ela fez muitas coisas boas. Claro que fico triste porque ela ainda teria boas chances de conseguir bons resultados, mas ela tem a vida dela. A gente conversou e entendi o lado dela. Não tem como eu ficar frustrado. Falei para ela: 'quero o seu bem'. Ela tinha que fazer o que fosse melhor para ela", contou Hoyama.

Atualmente o Brasil tem outras três atletas que jogam o Circuito Mundial. A melhor delas é Bruna Takahashi, número 62 do mundo. Aos 29 anos, Jessica Yamada aparece em 144º lugar. Já Caroline Kumahara, que também tem duas Olimpíadas no currículo, chegou a se afastar do tênis de mesa no ano passado. Recentemente voltou a se dedicar com mais ênfase aos treinamentos, agradou em três torneios na Europa para os quais foi convocada, e ganhou mais uma chance na seleção.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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