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Irmão do Rock In Rio, Sertões quer ser o 'Tour de France brasileiro'

Demétrio Vecchioli

14/05/2019 12h00

Rally dos Sertões 2018 (Victor Eleuterio / FOTOP)

Reconhecido como maior do país, o Rally dos Sertões está pronto para alçar vôos mais altos. Quer ser, especificamente em 2022, quando completa 30 anos, o maior do mundo. Os planos, ambiciosos, vêm em momento de transformação, iniciado ano passado. Ao empresário Marcos Ermírio de Moraes se juntaram outros quatro nomes de peso: Joaquim Monteiro, ex-presidente da Empresa Olímpica Municipal, Julio Capua, sócio-fundador da XP Investimentos, e a dupla Duda Magalhães e Roberto Medina (criador do Rock In Rio), da Dream Factory.

Natural que a ambição seja grande para um rali que já é considerado o segundo maior do mundo. Só não bate de frente com o Rally Dakar, que, no ano que vem passa a correr no Oriente Médio, depois de 11 anos tendo como palco a América do Sul. O Sertões quer ocupar essa lacuna.

"Saindo o Dakar, ele deixa várias equipes que fizeram investimentos órfãs. Muito difícil uma equipe do Uruguai, da Argentina, do Peru, pagar a logística para ir ao Oriente Médio. É caro. Essas equipes já estão devidamente preparadas. A gente acredita que os Sertões, a partir desse ano, vai absorver essa demanda", explica Monteiro, em entrevista exclusiva para o Olhar Olímpico.

Apesar da natural comparação com o Dakar, referência em ralis, não é nele que os novos gestores do Sertões se espelham. "Nosso benchmarking  não é o Dakar, é o Tour de France. O Tour passa pelos castelos, gera orgulho para o povo francês e desperta curiosidade do turismo, porque revela uma França que o turismo tradicional não revela. Hoje o Brasil não tem um evento verde-amarelo. Existe uma oportunidade na mesa. A gente quer um evento que represente a dimensão, a beleza da nossa natureza e a hospitalidade do nosso povo. O Sertões tem a capacidade de sintetizar isso", continua o CEO.

Os sócios identificaram que na parte esportiva o Sertões já tem excelência e "não deixa a desejar" para nenhum outro rali no mundo. Essa área, que tem pouco a evoluir, continuará sendo tocada por Marcos Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim. 

À esportiva foram adicionadas duas outras "camadas". Uma delas é social, de levar para os rincões do país, por onde passa o rali, ações como uma carreta do Hospital Albert Einstein. Outra é a turística. "A gente vai botar muita energia nisso. Vou dedicar muita força para criar esse desejo de as pessoas irem como turistas aos locais por onde passa o Sertões", conta Monteiro.

A Dream Factory, famosa pelo Rock In Rio, vai atuar organizando eventos nas duas extremidades do rali, na largada e na chegada, que possam atrair um público que vai além daquele habitual, o amante de automobilismo e/ou de esportes radicais. Neste ano, a largada será em Campo Grande (MS), em 24 de agosto, exatamente para celebrar os 120 anos da cidade.

A rota exata da edição 2019 será apresentada em evento nesta terça-feira (14), em São Paulo. Tradicionalmente, por ano, o rali cruza em média cinco estados. Desde sua criação, o Sertões já teve 119 cidades-dormitório diferentes, passando por 18 estados. Em 2018, participaram 177 veículos, com 289 competidores de 11 países. Em 2022, quando completará 30 anos, o Sertões vai literalmente cruzar o Brasil, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS). 

 

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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