Kipchoge vence em Londres, na maratona mais forte da história
Demétrio Vecchioli
28/04/2019 08h37
Eliud Kipchoge vence em Londres (Paul Harding/PA Images via Getty Images)
A Maratona de Londres entregou o que prometia. Neste domingo (28), a prova londrina foi a mais forte da história – mas não a mais rápida. O recordista mundial Eliud Kipchoge venceu em 2h02min37s, estabelecendo a segunda melhor marca de todos os tempos. Ele foi seguido do etíope Mosinet Geremew, que se tornou o segundo homem na história a correr abaixo de 2h03min.
Muito desse mérito é exatamente de Kipchoge, um queniano de 34 anos que chegou neste domingo à sua 11ª vitória em 12 maratonas – foi segundo colocado na outra. Ele puxou um ritmo insano neste domingo, no histórico percurso de Londres, onde conquistou sua quarta vitória. Ele havia vencido também em 2015, 2016 e 2018.
Kipchoge bateu o recorde mundial em setembro passado, em Berlim, estabelecendo a marca de 2h01min39. Em um percurso mais duro, seria muito difícil melhorar esse recorde, mas o resultado deste domingo mostra que o queniano está pronto para fazer isso em setembro, novamente na Alemanha. Em Londres, melhorou em quase meio minuto antigo recorde da prova, dele mesmo.
Dois etíopes ainda aproveitaram o embalo até cerca de dois quilômetros antes da chegada e também fizeram resultados históricos. Mosinet Geremew completou em 2h02min55s, abaixo do antigo recorde de Londres, e Mule Wasihun terminou com 2h03min16s. No ranking de todos os tempos, essas marcas entram respectivamente no terceiro e nono lugares.
O britânico Mo Farah completou em quinto, atrás também do etíope Tola Shura Kitata, sem conseguir melhorar sua melhor marca, estabelecida em Chicago (EUA), no ano passado. Farah é o melhor não queniano ou etíope de todos os tempos.
Único brasileiro na elite, Daniel Chaves fez uma prova dentro da sua programação, e ainda abaixo do seu potencial, em 2h11min10s, terminando em 15º. Aos 30 anos, ele havia completado sua primeira maratona no ano passado, em Valência (Espanha), em 2h13min16, e agora baixou em mais de dois minutos esse resultado. A programação dele era para estabelecer índices em Londres para se destacar no Pan de Lima (Peru) e no Mundial de Doha (Qatar).
O resultado é um recomeço para a maratona brasileira, enfraquecida desde a aposentadoria de Marilson Gomes dos Santos, que correu em Londres para 2h06min em 2011 e se aposentou após a Olimpíada do Rio. Desde 2004, só Marilson, entre os brasileiros, correu abaixo de 2h11min.
Considerando os últimos 14 anos, Daniel também só fica abaixo de Marilson e de Paulo Roberto de Paula, que tem 2h11min02s como recorde pessoal, estabelecido em Fukuoka (Japão), em 2015.
Feminino
Entre as mulheres, a vitória foi da queniana Brigid Kosgei, com a marca de 2h18min20s, depois de correr sozinha pelos últimos quilômetros. A segunda colocada chegou praticamente dois minutos depois: Vivian Cheruiyot, com 2h20min14s. Em terceiro chegou a etíope Roza Dereje, em 2h20min51s.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.