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'Um homem. É f...': Bernardinho questiona lance de Tifanny e se desculpa

Demétrio Vecchioli

27/03/2019 11h14

O técnico Bernardinho reacendeu a polêmica sobre a legalidade de a atacante Tiffany jogar entre as mulheres, durante a partida em que o time dela, o Sesi/Bauru fez história e eliminou o favorito Sesc-RJ, time dele, nas quartas de final da Superliga Feminina. Na transmissão televisiva da partida, foi possível ver o treinador virando para o banco de reservas e comentando, depois de um ataque certeiro de Tiffany: "Um homem, é foda!". Foi a primeira vez desde que montou a equipe, há 22 anos, que Bernardinho não chega à semifinal. Ele vinha de 14 finais seguidas.

+ Na mesma noite, Bernardinho e Zé Roberto são eliminados

O momento da critica polêmica foi flagrado pelo time Angels Volley Brazil, equipe LGBT criada há 11 anos, que postou o vídeo no Instagram com uma crítica. "Transfóbicos e homofóbicos não vão passar sem serem apontados na nossa página! Pode ser o papa do vôlei… Vamos desmarcarar todos! Parabéns para o time feminino do Vôlei Bauru, mulheres incríveis que ganharam jogando por merecimento e sem nenhuma vantagem", postou a equipe, já na madrugada desta quarta (27).

Logo pela manhã, Bernardinho foi até a postagem do Angels e se desculpou. "Peço desculpas a todos. Não foi minha intenção de forma alguma ofendê-la. Me referia ao gesto técnico e ao controle físico que ela tem, comum aos jogadores do masculino e que a maior parte das jogadoras não tem. Sempre trabalhei e tentei ajudar com meu trabalho diversos jogadores e jogadoras sem qualquer tipo de preconceito. À Tiffany dou meus parabéns pela grande atuação e conquista e a todos que se sentiram ofendidos reitero minhas desculpas, pois jamais foi minha intenção", escreveu.

Com 28 pontos, Tiffany foi a principal pontuadora da partida, na qual o Sesi venceu o Sesc em pleno Rio de Janeiro pelo jogo três dos playoffs de quartas de final. Ela também havia atuado bem na primeira partida da série, em Bauru, com 21 pontos, mas havia ido mal no primeiro confronto no Rio, quando fez apenas oito.

Assim como acontecia no ano passado, quando bateu recorde de pontos em uma só partida da Superliga, Tiffany é, de longe, quem recebe mais bolas em Bauru. Por atacar muito, também pontua muito. No jogo de terça-feira à noite, por exemplo, ela teve o mesmo aproveitamento da principal atacante do Sesc, Monique Pavão.

Vale ressaltar que Tifanny não foi a principal pontuadora das quartas de final da Superliga. Isso ficou por conta de Hooker que na vitória de Osasco sobre Barueri fez 34 pontos. A americana já tinha marcado 20 e 24 nos dois primeiros jogos dos playoffs.

Tifanny faz relato sobre preconceito no esporte

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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