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Diego vai mal na volta à ginástica e fica longe de vaga olímpica automática

Demétrio Vecchioli

20/03/2019 18h17

Diego Hypolito volta às competições em Baku

Ao longo dos últimos dois anos e meio, Diego Hypolito passou por cirurgia e lidou com problemas pessoais. O processo de recuperação foi lento e o tirou das competições. Sem se apresentar oficialmente desde a medalha de prata na Rio-2016, o veterano de 32 anos retornou para participar de duas etapas da Copa do Mundo, visando uma vaga automática na Olimpíada de Tóquio. Os resultados ficaram longe de serem satisfatórios.

Nesta quarta-feira (20), Diego foi um dos últimos colocados da fase de classificação da Copa do Mundo de Doha (Qatar), no solo. Com nota 11,700, terminou em um frustrante 40º lugar entre 46 participantes. Para avançar à final, precisava de pelo menos 14,1. Já havia sido assim na semana passada, em Baku, no Azerbaijão. O brasileiro também só competiu no solo, terminando a fase de classificação na 30ª posição, com nota 12,433.

Os resultados são frustrantes porque, pela primeira vez, a Copa do Mundo vale classificação para a Olimpíada. Na Rio-2016, por exemplo, o Brasil foi com equipe completa, de cinco ginastas, e cabia à comissão técnica definir os convocados. Isso forçava atletas especialistas (como Diego, no solo, e Zanetti, nas argolas) a treinar também para outros aparelhos.

Para Tóquio, os critérios mudaram um pouco. Continuam existindo as vagas por equipes (e o Brasil tem tudo para ficar com uma delas), mas foram criadas também vagas de especialistas. Uma delas por aparelho é distribuída na Copa do Mundo. O ranking leva em consideração os três melhores resultados de cada ginasta na soma das temporadas 2018/19 e 2019/20, que tem oito etapas.

Diego, que sempre se definiu como um especialista, tinha como "plano A" brigar por essa vaga. Com o Brasil tendo a classificação por equipes como foco no Mundial deste ano, a convocação vai priorizar quem compete em diversos aparelhos. Não é o caso dele e ele também não tinha esse foco.

A prioridade era a Copa do Mundo. Diego não competiu nas duas primeiras, na Alemanha e na Austrália, e não pontuou no Azerbaijão e no Qatar. Para ficar com uma dessas vagas de especialista em Tóquio, vai ter que ser campeão de no mínimo duas das quatro etapas da próxima temporada, nos mesmos locais. Talvez nem isso seja suficiente, porque o israelense Artem Dolgopyat já tem dois ouros em duas etapas.

Diego ainda tem dois caminhos até a Olimpíada, ambos com muitas pedras. O primeiro é convencer a comissão técnica de que pode ser importante para a equipe no Mundial deste ano. No primeiro teste, falhou feio. Enquanto Diego ia mal nas Copas do Mundo, o novato Tomas Rodrigues tirou 13.900 no solo pela seleção em um torneio em Stuttgart. Além disso, o Brasil já está bem servido no solo com Arthur Zanetti (14.350 na Alemanha) e Arthur Nory, que em tese tem vaga como generalista e, no solo, foi bronze na Olimpíada.

O segundo caminho seria conseguir uma vaga entre os quatro componentes da equipe brasileira em Tóquio (se o Brasil de fato conquistar a vaga por equipe). Por este plano, joga contra ele a redução no número de vagas por seleção (eram cinco até a Rio-2016) e, novamente, a natural prioridade a quem faz mais de um aparelho. Aos 34 anos, Diego terá que se reinventar. Mais uma vez.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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