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Time desiste da liga de basquete por falta de quadra de madeira

Demétrio Vecchioli

24/01/2019 04h00

Catanduva, vice-campeão paulista de basquete

Vice-campeão paulista, o BAX Catanduva anunciou nesta quarta-feira (23) que não irá disputar a Liga de Basquete Feminino (LBF). O motivo é inusitado: o clube, um dos mais tradicionais do país, não tem uma quadra de piso de taco de madeira para jogar.

"Ainda que não se trata da extinção do clube, mas de um replanejamento que visa a montagem de uma equipe competitiva para a disputa do Campeonato Paulista 2019, Jogos Regionais, Jogos Abertos do Interior e da LBF de 2020. Neste período sem competições, estaremos organizando ações e eventos para que possamos ter condições financeiras melhores e brigar por posições melhores nas próximas competições", informou a diretoria do Catanduva, em nota.

O regulamento da LBF exige que os times atuem em quadras de piso de taco de madeira. Quem não cumpre a exigência até pode disputar a competição, mas perde o direito a ter passagens aéreas, hospedagens e alimentação em viagem bancadas pela liga.

O Catanduva joga no Ginásio Anuar Pachá, que pertence ao poder público municipal. De acordo com a diretoria do clube, a secretaria de esporte da prefeitura não teria como reformar a quadra a tempo da LBF, que começa em 8 de março. "A secretária está fazendo o possível para que o piso seja instalado ainda este ano, mas o processo licitatório é demorado e levará tempo para que tudo seja concluído", explicou o clube. Além disso, não houve acordo com um colégio particular da cidade que tem quadra de madeira.

Sem solução caseira, a LBF avisou que não pagaria passagens aéreas, hospedagens e alimentação para Catanduva durante o torneio e que não poderia abrir exceção, uma vez que a mesma punição havia sido aplicada ao Ituano. Segundo a diretoria de Catanduva, o Ituano declarou que não se opunha a uma exceção ao rival, mas a liga não mudou de ideia. 

Outro lado

A LBF emitiu nota na noite desta quinta-feira (24) para lamentar a saída de Catanduva e comentar a situação. Confira:

A Liga de Basquete Feminino vem, respeitosamente, comunicar a decisão da equipe BAX Catanduva de licenciar-se da edição de 2019, conforme ofício recebido pela entidade no dia 23 de janeiro de 2019, e esclarecer as razões alegadas pela agremiação.

Um dos principais nortes da atual gestão da LBF é o planejamento. Tendo ele como pilar, seguimos reestruturando um campeonato que sofria com a baixa adesão de equipes e visibilidade, investindo em ações de gestão e comunicação que elevaram o patamar do certame.

Sendo assim, no dia 7 de abril de 2018, um dia antes do Jogo das Estrelas em Santo André (SP), a LBF apresentou à todas as equipes interessadas o planejamento para as temporadas 2019 e 2020. E um dos pontos apresentados foi a necessidade de os clubes possuírem, em seu ginásio de competição, um piso de quadra apropriado, solicitação antiga de atletas e clubes que participaram e ainda participam do campeonato.

De forma responsável e principalmente flexível, a LBF e os clubes decidiram que tal adequação do piso de quadra seria obrigatória apenas para a edição de 2020. Mas que, para 2019, as equipes que já atendessem essa especificação teriam, como contrapartida sem custo, todas as passagens aéreas para suas atletas e comissão técnica, durante a fase de classificação. O objetivo desta medida era incentivar todas as equipes a se adequarem antecipadamente, em uma clara relação de custo-benefício à elas.

Ainda assim, no dia 6 de dezembro de 2018, as onze equipes confirmadas estiveram representadas em São Paulo (SP) para democraticamente definirem todo o regulamento da temporada 2019, sendo todos os pontos discutidos e, quando necessário, votado entre os clubes.

Ainda que a Liga tenha feito um planejamento a médio prazo, sem fazer qualquer restrição de participação à equipe BAX Catanduva, lamentamos profundamente sua ausência para esta temporada e nos mantemos à disposição para que a mesma consiga viabilizar sua participação em 2020 de forma grandiosa, como sempre fez.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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