Bombom dá show e Brasil fica perto de avançar no Mundial de Handebol
Demétrio Vecchioli
15/01/2019 14h24
Cesar Bombom (Odd ANDERSEN / AFP)
Pela primeira vez na história a seleção brasileira masculina de handebol venceu dois adversários europeus na primeira fase do Mundial. Depois de bater a Sérvia na segunda (14), nesta terça-feira o Brasil venceu a Rússia por 25 a 23 e ficou muito perto de uma vaga na próxima fase. Para isso, precisa apenas vencer o time da Coreia unificada, saco de pancadas do Grupo A, na quinta-feira, 12h30 (de Brasília), em Berlim (Alemanha).
Caso consiga a vitória na Mercedes-Benz Arena, um resultado considerado uma obrigação para o time sul-americano, o Brasil pela primeira vez vai entrar no grupo dos 12 melhores times do Mundial. Nas últimas três edições da competição, a seleção avançou às oitavas de final como quarto do seu grupo (de seis) e depois perdeu por um gol de diferença. Caiu para Rússia (2013), Croácia (2015) e Espanha (2017). Se vingou-se dos russos nesta terça, deverá ter a oportunidade de revanche contra croatas e espanhóis na próxima fase.
Nesta edição 2019, realizada de forma conjunta por Dinamarca e Alemanha, o Brasil caiu no grupo mais difícil, tendo que enfrentar quatro europeus logo na primeira fase. Teria que ganhar de dois para avançar, porque agora só os três primeiros avançam. Perdeu em jogo parelho para a bicampeã mundial França (24 a 22) na estreia e depois para a Alemanha, dona da casa, de levada, por 34 a 21.
A recuperação começou na segunda, com vitória sobre a Sérvia (24 a 22) e continuou nesta terça-feira com uma atuação convincente contra a Rússia (25 a 23). Na partida desta tarde, o Brasil foi para o intervalo com vantagem de cinco gol, que foi reduzida a nada no meio do segundo tempo. Foi quando o técnico Washington Nunes trocou o goleiro: saiu Leonardo Teçariol e voltou Cesar Bombom, para os 10 minutos finais.
No momento mais delicado da partida, Bombom fez quatro defesas, duas delas muito difíceis, levantando a torcida presente no principal ginásio de Berlim, amplamente favorável ao Brasil. Depois de uma leve provocada em Dibirov, principal jogador russo, conseguiu cavar a expulsão do rival, deixando o time adversário com um jogador a menos por dois minutos. Além disso, faltando 30 segundo para o fim do jogo, com a vantagem de dois gols, segurou o chute russo que poderia reduzir a vantagem a uma posse de bola. Fechou o jogo com aproveitamento de 46% de defesas..
Se confirmar o favoritismo e vencer a Coreia unificada, derrotada por sete gols por esta mesma Rússia, o Brasil passa para a próxima fase em terceiro no Grupo A. O problema é que a próxima etapa da competição é um hexagonal com os times dos grupos A e B e o Brasil carrega as derrotas frente a França e Alemanha, que também tendem a avançar.
Croácia e Espanha já estão classificadas pelo Grupo B, com a terceira vaga a ser decidida entre Macedônia e Islândia. Por carregarem os resultados da primeira fase, os times que avançarem em primeiro já largam como favoritos a ficarem com as duas vagas nas semifinais. Para sonhar em chegar à semifinal, o Brasil precisará obrigatoriamente vencer os três jogos da próxima fase, em Colônia.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.