Em crise, handebol vê fornecedor de material encerrar contrato após 8 meses
Demétrio Vecchioli
05/06/2018 16h24
A Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) sofreu mais um duro golpe. Fornecedor de material esportivo da entidade apenas desde o fim do ano passado, a Hummel anunciou que não irá assinar o contrato, que foi anunciado pela confederação no fim do ano passado. E alegou, assim como fez o Banco do Brasil, que tomou a decisão diante das denúncias que atingem o ainda presidente Manoel Oliveira.
"Diante da notícia de que o presidente da CBHb foi afastado do cargo em virtude de inúmeras irregularidades praticadas em sua gestão, a Hummel do Brasil comunica a todos que o contrato seria firmado com a CBHb foi cancelado, uma vez que tal notícia obsta qualquer andamento das negociações que envolvam o contrato de patrocínio", explicou a empresa.
A Hummel Brasil sequer tinha perfil no Instagram até assinar contrato com a CBHb. Em novembro, produziu os uniformes utilizados pela seleção brasileira feminina no Mundial do ano passado. Dinamarquesa, a marca tem histórico no handebol, patrocinando diversos dos principais clubes do mundo. Ao anunciar o contrato, a CBHb não revelou o tempo de contrato, informando apenas que o mesmo era válido "para este ciclo olímpico".
No começo de abril, o Banco do Brasil, então patrocinador master da CBHb, anunciou que não renovaria o contrato que venceu em 30 de maio. Assim como a Hummel agora, o banco apontou descontentamento com as denúncias que atingiram a confederação.
Também em abril, a Justiça Federal do Distrito Federal terminou o afastamento de Manoel Oliveira, por irregularidades na utilização de recursos públicos. O dirigente, que está no poder há quase 30 anos, aproveitou que havia passado por cirurgia cardíaca no começo do ano e pediu licença médica, sendo substituído pelo vice, conhecido como Ricardinho. Assim, na prática Manoel continua presidente da CBHb, ainda que não em exercício.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.