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Martine chega ao Brasil após 18 dias de etapa da Volvo que deixou um morto

Demétrio Vecchioli

05/04/2018 18h31

(divulgação)

O bom filho à casa torna. Poucas vezes na história do esporte brasileiro essa expressão fez tanto sentido e foi tão comemorada. Neste caso, o bom filho que está de volta é Martine Grael, recebida pelo pai Torben Grael no porto de Itajaí (SC), na madrugada desta quinta-feira. Foi um retorno especial, depois de três meses velejando pelo mundo, e para encerrar uma perna da Volvo Ocean Race que deixou um morto no Pacífico Sul.

A Volvo é a mais famosa regata de volta ao mundo, realizada a cada três anos. Nesta temporada, sete barcos largaram em Alicante, na Espanha, para um total de 11 trechos, começando em outubro passado e terminando apenas no próximo mês de junho. Martine participa pela primeira vez da aventura, a bordo do AkzoNobel, que foi o terceiro a chegar em Itajaí, depois de 18 dias e três horas velejando desde Auckland, na Nova Zelândia.

Foi durante este trecho, ainda no dia 26 de março, que o britânico John Fisher caiu do barco Team Sun Hung Kai/Scallywag, que leva a bandeira de Hong Kong, e nunca mais foi encontrado. No mesmo dia, os organizadores já lamentaram sua morte. Há 12 anos a prova não tinha uma vítima fatal.

Por isso, a chegada em Itajaí foi um alívio para todos os participantes, inclusive, claro, para Martine. "Essa etapa foi muito difícil fisicamente, muito frio, a gente passou por condições de mares muito grandes e muito vento por muito tempo. Com certeza levou as pessoas à exaustão. Essas condições levaram à quebra de outros barcos", comentou a brasileira.

Recebida pelos pais, Torben Grael e Andrea Grael, ela revelou que durante toda a viagem teve que lidar com uma lesão no cóccix. "Eu me lesionei um pouco, uns cinco dias antes de passar pelo Cabo Horn e pra mim foi muito difícil, porque para fazer tudo doía muito. Eu sentia dor o tempo inteiro. Mas não tem espaço para moleza nesse barco. Pra mim como brasileira o frio foi muito difícil, a minha mão ficava muito congelada. O pé eu estou até agora sem sentir um dos dedos", contou.

Para disputar a Volvo, Martine se afastou dos treinamentos e das competições da classe 49er FX, na qual foi campeã olímpicas com Kahena Kunze no Rio. A meta é repetir o sucesso do pai, que foi o comandante do barco  Ericsson 4 na campanha vitoriosa de 2008 na Volvo. Na edição anterior, com o Brasil 1, primeira e única aventura de um barco brasileiro neste tipo de prova, ele fora terceiro colocado.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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