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'Impressionado' com Franca, Leandrinho deixa no ar propostas para sair

Demétrio Vecchioli

16/03/2018 11h44

(divulgação)

Leandrinho está apaixonado pelo basquete brasileiro. Cada frase sobre sua impressão sobre o que encontrou nesta que é sua terceira volta para casa deixa isso claro. Está impressionando de nunca ter visto uma bola de futebol em Franca – só as de basquete – e comemora a possibilidade de oportunizar que jovens da periferia estejam perto de ídolos. Mas não esconde que o namoro tem data para acabar.

Em evento na manhã desta sexta-feira para promover o Jogo das Estrelas do NBB, o ala/armador de 35 anos do Franca/Sesi revelou que tem propostas para, mais uma vez, deixar o país. "Graças a Deus, com 35 anos, ainda tenho algumas portas abertas e está começando a surgir agora, com eu machucado, um barulhozinho que eu não posso falar sobre", contou, com um sorriso no rosto, quando perguntado pelo Olhar Olímpico se dessa vez o basquete brasileiro poderia contar com ele por bastante tempo.

Diferente das duas primeiras vezes em que voltou para o NBB, para defender Flamengo e Pinheiros, agora seu contrato com o Franca não incluiu cláusula que permita a ele rescindir contrato e voltar à NBA. O Sesi, que banca a estrela, quis garantir que, como aconteceu com os rivais, não perderia Leandrinho antes do fim do NBB10, quando pretende levar o Franca Basquete de volta a um título nacional.

Mas o contrato termina ao fim da temporada e Leandrinho admite que ir embora é uma possibilidade real. Nas entrelinhas, indicou que inclusive esse é o caminho mais provável. "Não sei o que vai acontecer. As portas estão abertas e vou procurar o melhor para mim e para minha família. Minha família vai me apoiar me qualquer decisão que tiver que tomar. Meu contrato vai até acabar a temporada, depois não sei o que vai acontecer. Aí é uma caixinha de surpresa", contou ao blog. Depois, questionado se a proposta era da NBA, disse que não poderia contar.

Contratado em novembro, Leandrinho só estreou por Franca no NBB em janeiro. Até aqui, fez 12 partidas, com média de 14,4 pontos por jogo. E essa já é sua maior temporada no campeonato nacional. Na temporada 2011/12, pelo Pinheiros, fez apenas seis partidas. Dois anos depois, no Flamengo, jogou oito vezes. Sob o comando dele, o Franca é o terceiro colocada da fase de classificação, atrás de Paulistano e Flamengo.

Feliz no Brasil

Os anos de NBA ensinaram Leandrinho a falar com a imprensa. Ele é muito bem articulado e, ainda mais num evento de promoção da liga, distribuiu elogios a torto e a direito. Mas a sua felicidade em jogar no Brasil parece genuína. Em pelo menos duas oportunidades ele falou da importância, para meninos da periferia como ele foi, de estarem em contatos como ídolos como ele é.

"Eu que venho da periferia sei como é. Nunca tive a oportunidade, quando criança, de estar ao lado de profissionais, estrelas, seja lá o nome que tiver que falar. Isso é muito importante, ainda mais nessa fase de crescimento da garotada", disse, elogiando as ações sociais do NBB.

Agora mais perto do público brasileiro, ele tem sentido de uma forma diferente como é ser um ídolo. "A gente viveu muito tempo fora, não consegue ter esse carinho quando está lá fora. Isso aqui [encosta no celular que grava a entrevista] ajuda muito, mas não é a pele. Não é você estar junto com o fã, ele estar tremendo de tirar uma foto com você, como acontece com todos nós. É muito boa essa oportunidade de interagir com a criançada, tirar uma foto, brincar, ensinar a arremessar."

A experiência ainda está sendo potencializada, diz Leandrinho, pela oportunidade de viver em Franca. A "capital do basquete", no interior de São Paulo, respira o esporte de um jeito que nem o ala-armador acreditava. "Até hoje me surpreende como o pessoal veste a camisa, vive basquete. Do tempo que estou morando lá, não vi nenhuma bola de futebol. É surpresa pra mim, porque eu gosto muito de futebol e lá é basquete. Cada quarteirão tem uma quadrinha de basquete, um aro sem redinha. É todo mundo. Fora o público que vai nos jogos. É até difícil pra mim andar na cidade, tomar um sorvete, se alimentar, mas é gostoso, cara. É um povo acolhedor, amigo, prestativo. Não sabia que Franca era assim. O Helinho me falava isso, mas eu não acreditava. Mas eu tô super feliz de estar vivendo isso."

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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