Com jovem de 15 anos, russos ganham o primeiro ouro em PyeongChang
Demétrio Vecchioli
23/02/2018 02h10
AFP PHOTO / Dimitar DILKOFF
Quinze dias depois da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de PyeongChang, enfim saiu a primeira medalha de ouro dos Atletas Olímpicos da Rússia. E justo com alguém que não tinha absolutamente nada a ver com tudo que aconteceu em Sochi, em 2014. Alina Zagitova tem apenas 15 anos e, nesta sexta-feira, foi a primeira atleta da Rússia a subir ao lugar mais alto do pódio e ouvir o hino do movimento olímpico, ao ganhar a prova feminina da patinação artística.
Como forma de punição pelo que o Comitê Olímpico Internacional (COI) entende ter sido um programa estatal de doping no Jogos de Sochi, em 2014, a Rússia foi impedida de participar da Olimpíada de PyeongChang como país. O COI, entretanto, aceitou a participação de russos, desde que competindo por uma bandeira neutra – no caso, do movimento olímpico.
Esses atletas, que ganharam a denominação de "Atletas Olímpicos da Rússia", foram escolhidos pelo próprio COI, que rejeitou convidar esportistas que o comitê considerou que não eram comprovadamente limpos. Isso afetou o desempenho dos russos em diversas modalidades, como biatlo e bobsled, mas não na patinação artística.
Tanto é que, na prova feminina, como esperado, veio a dobradinha. A surpresa foi que a vitória tenha ficado com Zagitova, uma jovem de apenas 15 anos que bateu o recorde mundial no programa curto e fez uma apresentação primorosa no programa livre, nesta sexta.
Atual campeã europeia, ela superou a grande favorita ao título, a sua compatriota Evgenia Medvedeva, campeã mundial em 2016 e 2017 – nos dois anos, também ganhou o Europeu. A diferença entre elas foi mínima: 239.57 para Zagitova, 238.26 para Medvedeva.
Até o momento da conquista, por volta das 2h desta sexta-feira (pelo horário de Brasília), os Atletas Olímpicos da Rússia tinham somente 12 medalhas nos Jogos, sendo esta a primeira de ouro. Agora com 14, mas só uma de ouro, eles aparecem no 15º lugar do quadro de medalhas. Noruega e Alemanha estão muito à frente, com 13.
A Noruega, aliás, já tem um desempenho melhor inclusive do que o da Rússia em Sochi (antes de serem anuladas medalhas). Em 2014, os russos comemoraram comemoraram terem ganhado 33 medalhas, sendo 13 de ouro e 11 de prata.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.