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Brasileira com mais Olimpíadas, Jaqueline Mourão nem pensa em aposentadoria

Demétrio Vecchioli

13/02/2018 04h00

Jaqueline Mourão em Sochi ( Kirsty Wigglesworth / AP)

Quando ouvir o tiro de largada da prova de 10km do esqui cross country, nesta quinta-feira, às 15h30 de  PyeongChang (4h30 em Brasília), Jaqueline Mourão estará colocando mais uma vez seu nome na história do esporte brasileira. Ao iniciar sua sexta participação em Jogos Olímpicos, a quarta nos de Inverno, ela vai igualar a jogadora de futebol Formiga entre as recordistas brasileiras mulheres. Aos 42, porém, não quer nem saber de aposentadoria.

"Ainda não penso nisso", disse brevemente ao Olhar Olímpico. Entender o que pensa Jaqueline, aliás, é um desafio para o público brasileiro. Casada com o canadense Guido Asser, ela mora há cerca de 12 anos no Canadá e quase não é vista em eventos públicos no Brasil. Seu contato com a imprensa é mínimo e, quase sempre, com respostas curtas.

Expectativa para sua participação em PyeongChang? "Meus melhores pontos FIS são 172.88 e quero melhorar esta marca". Pontos FIS (de Federação Internacional de Esqui, na sigla em inglês), são uma métrica usada para comparar o resultado de um atleta com os dos melhores de sua prova naquela pista. Exceto para quem assiste à competição com uma calculadora, impossível de ser entendido pelo público.

O que mudou da Jaqueline que disputou uma Olimpíada de Inverno pela primeira vez, em Turim (Itália), em 2006, para a de hoje? "Mais de 10 anos de experiência neste esporte e alcance de pódios internacionais".

Nem sempre Jaqueline foi essa atleta distante do público e da imprensa brasileira. Já perto dos 30 anos, em 2004, ela se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar classificação (e participar) do mountain bike nos Jogos Olímpicos de Verão, repetindo o feito depois em 2008, quando já havia começado a se arriscar nos esportes de neve.

Considerada uma pioneira no mountain bike brasileiro, ganhou da União Ciclística Internacional (UCI) a oportunidade de treinar na Suíça, aproximou-se do esqui cross country e nunca mais se afastou. A mudança para o Canadá, porém, a deixou distante da divulgação dos esportes de inverno por aqui.

Em Sochi-2014, ela foi além, disputando não apenas o esqui cross country, mas também o biatlo (soma do esqui com o tiro). Para PyeongChang, nem tentou repetir o feito. "Decidi me dedicar ao cross country para este ciclo olímpico e logo em seguida já conquistei as melhores marcas da minha carreira nesta modalidade. Foi uma decisão acertada", explicou brevemente.

Sem nunca ter alcançado uma posição melhor do que um 65º lugar, perguntei a Jaqueline como ela espera ser lembrada na história do esporte olímpico brasileiro. Se como a atleta que disputou os Jogos de Verão e Inverno? A que desbravou a neve? A que nunca desistiu dos sonhos? "Todas essas opções", disse ela.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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