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Dirigente preso com Coaracy volta à natação em clube de Marcelo Teixeira

Demétrio Vecchioli

09/01/2018 04h00

Ricardo de Moura (Satiro Sodré/SSP Press)

Oito meses depois de ser preso na operação Águas Claras, da Polícia Federal, o ex-braço direito de Coaracy Nunes está de volta à natação. Considerado o responsável por administrar a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) nos últimos anos da gestão de Coaracy e apontado para sucedê-lo, Ricardo de Moura está prestando serviços à Unisanta, que atualmente briga pelo posto de terceira força entre os clubes do país e tem como patrono o ex-presidente do Santos Marcelo Teixeira.

Os boatos de que Ricardo de Moura estaria trabalhando para a Unisanta começaram no fim de novembro, depois que ele foi à Unisanta (Universidade Santa Cecília) para participar de uma missa em louvor à santa. Dias depois, para conter a boataria, Márcio Latuf, treinador-chefe da equipe, reuniu seus atletas e explicou que o ex-gerente da CBDA prestaria serviços ao clube.

A reportagem do Olhar Olímpico à época procurou a Unisanta, que negou de forma veemente que tenha contratado o controverso dirigente. Da mesma forma que ele conhece como poucos os meandres da modalidade, é criticado por fechar as portas para os seus desafetos – entre eles, Joanna Maranhão, que em novembro ainda defendia a Unisanta. Uma fonte próxima a Ricardo de Moura explicou que a Unisanta havia "dado para trás" depois da repercussão.

Dias depois, ainda em dezembro, porém, Ricardo representou a Unisanta em uma reunião da regional da Baixada Santista da Federação Aquática Paulista (FAP). De acordo com relato ouvido pelo blog, o clima foi de tamanho desconforto que, após a segunda fala do dirigente, a reunião foi dada como encerrada. Ele se retirou e o encontro foi retomado.

Duas fontes ligadas à equipe da Unisanta confirmaram que Ricardo já está dividindo com Latuf o papel de coordenar a equipe, tirando do treinador algumas funções mais burocráticas. O próprio Latuf não quis comentar sobre a chegada de Ricardo de Moura e pediu que a reportagem entrasse em contato com o próprio. Mas o blog não conseguiu contactá-lo.

Questionada sobre o polêmico reforço, a assessoria de imprensa da Unisanta respondeu todas as perguntas da reportagem com apenas uma frase: "Ele (Ricardo) não faz parte dos quadros da Unisanta". Não comentou sobre o fato de ele representar o clube em uma reunião oficial.

Ricardo de Moura ficou mais de dois meses e meio preso no Rio e, na cadeia de Benfica, foi o responsável por cuidar de Coaracy Nunes. Os dois são acusados dos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações. No habeas corpus que os tirou da prisão, o TRF4 determinou que Ricardo não pode manter contato com os demais acusados, com dirigentes de federações e com testemunhas do processo, ir à sede da CBDA ou a eventos esportivos de esportes aquáticos.

 

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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