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Com cinco meses de atraso, governo libera Bolsa Atleta no último ato do ano

Demétrio Vecchioli

29/12/2017 19h31

Foi aos 45 do segundo tempo, mas o Ministério do Esporte enfim liberou a lista de contemplados pelo programa Bolsa Atleta, que o governo se gaba de ser o maior de patrocínio esportivo individual e direto do mundo. Por conta do atraso, porém, os atletas brasileiros estão desde julho sem receber o benefício, que deveria ser renovado anualmente para quem tem resultados que se encaixam no exigido em edital.

No ano passado, a lista de contemplados foi publicada em julho. Este ano, porém, o Ministério do Esporte, em contenção de gastos, optou por retardar o lançamento do edital, o que só o fez no início de agosto. No documento, prometeu entregar a lista de contemplados entre 26 de outubro e 1º de novembro. No final de agosto, ratificou a informação, estendendo o prazo até 14 de novembro.

A lista já estava pronta no mínimo no início do mês, pelo que apurou o blog, mas o governo segurou até o último minuto para publicá-la, o que só o fez em edição especial do Diário Oficial da União publicada no fim da tarde desta sexta-feira, último dia útil do ano.

Foram contemplados 5.830 atletas, a maioria deles homens: 3.367, contra 2.463 mulheres. Chama atenção o fato de ter havido uma queda no número de contemplados. Afinal, haviam recebido o benefício 6.152 atletas no ano passado.

O governo já criou uma comissão para discutir modificações no Bolsa Atleta, mas mesmo assim, ao menos por enquanto, não terá como honrar o compromisso assumido com esses 5.830 atletas. Afinal, a rubrica do orçamento do ministério para 2018 destina apenas R$ 70 milhões para "bolsas a atletas" e, só os contemplados na lista publicada agora (que receberão as 12 parcelas ao longo do ano que vem) deverão receber cerca de R$ 79,3 milhões.

Por lei, o governo ainda é obrigado a destinar 15% do montante total do programa (mais de R$ 13 milhões) a modalidades não-olímpicas. O edital foi lançado em dezembro e a lista de contemplados só sai no ano que vem, mas o gasto é mandatório. E ainda há, na mesma rubrica, os valores pagos pelo Bolsa Pódio, que oferece benefícios de R$ 5 mil a R$ 15 mil para os atletas que devem brigar por medalhas em provas individuais em Tóquio-2020.

 

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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