Ministério gasta R$ 1,1 milhão em Mundial Militar com só 11 países
Demétrio Vecchioli
12/12/2017 04h00
Interessado em validar o modelo esportivo militar vigente, focado no resultado de alto rendimento, o Ministério do Esporte decidiu investir mais de R$ 1,1 milhão na realização de um Campeonato Mundial Militar de Natação, que começa nesta terça-feira no Rio de Janeiro. A competição, porém, é irrelevante internacionalmente, tanto que contará com a participação de apenas 11 países.
A competição faz parte do calendário internacional do Conselho Internacional do Esporte Militar (CISM), mas sua realização anualmente não é mandatória. O Mundial só é de fato organizado quando um país se oferece para sediá-lo e desde que arque com os custos. Em um momento no qual a atração de eventos internacionais passa longe de ser uma prioridade, o Ministério da Defesa decidiu assumir o compromisso de organizar o Mundial.
E, o Ministério do Esporte, o de bancá-lo. Em setembro, o Olhar Olímpico revelou que um convênio de R$ 1,1 milhão foi firmado entre o Esporte e o Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, pra viabilizar a competição. Na mesma época, o Esporte liberou outros R$ 1,5 milhão para o Mundial de Vôlei de Praia.
No caso do de natação, o Mundial que será realizado na Universidade da Força Aérea (UNIFA), em Campo dos Afonsos, no Rio, vai contar com a presença de apenas 131 atletas, de 11 países visitantes Alemanha, Canadá, França, Índia, Iraque, Luxemburgo, Polônia, Rússia, Sri Lanka, Suíça e Ucrânia, além é claro do Brasil.
O número é irrisório perto dos 136 convidados, mas não chega a ser nenhuma surpresa. No Mundial passado, realizado em 2016 na Suécia, havia apenas 10 países inscritos. O Brasil está sempre presente desde 2007, quando começou a apostar no esporte militar. Em 2011, o Rio recebeu os Jogos Mundiais Militares.
Realizado ao custo de R$ 1,5 milhão, no mês passado, o Mundial Militar de Vôlei de Praia não foi um sucesso maior. A competição teve só oito duplas femininas, de quatro países (Brasil, China, Alemanha e Sri Lanka) e 20 masculinas, sendo cinco brasileiras. Burkina Faso, Irã, Letônia, Palestina e Holanda também mandaram representantes. O Brasil se orgulhou de ganhar fácil ouro e prata no feminino e ouro, prata e bronze no masculino.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.