Na berlinda, Rússia lança uniforme olímpico e agasalho 'eu não me dopo'
Demétrio Vecchioli
30/11/2017 11h36
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Faltando pouco mais de dois meses para o início da próxima Olimpíada de Inverno, que será disputada em Pyeongchang, na Coreia do Sul, a grande questão que discutida pela comunidade esportiva internacional é se a Rússia será autorizada a participar dos Jogos ou não. Minimizando a grande chance de uma suspensão histórica, o Comitê Olímpico Russo lançou na quarta-feira os uniformes casuais que usará em Pyeongchang.
As peças foram produzidas pela ZA Sport, empresa baseada em Moscou e que em março assinou um contrato de oito anos com o comitê russo, substituindo a Bosco. Elas foram apresentadas em um desfile de moda na quarta-feira à noite, também em Moscou, junto com uma linha casual que faz referência ao esporte russo e ao próprio comitê. Uma dessas peças chamou especial atenção.
É um agasalho branco com a inscrição: "I don't do doping. I'am ZA Sport". Em tradução literal: "Eu não me dopo. Eu sou ZA Sport". Uma referência clara à confiança da empresa em apostar na associação com um comitê envolvido até o pescoço com o doping, ainda que negue.
A situação dos russos é muito delicada. No próximo dia 5, terça-feira, o Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) vai se reunir na Suíça para tomar a decisão final sobre a possibilidade de suspensão dos russos, impendido os atletas do país de competiram sob a bandeira da Rússia na Olimpíada de Inverno.
O mais provável, ao que tudo indica, que é a suspensão seja de fato imposta. Até agora já são 22 atletas russos punidos por casos de doping nos Jogos de Sochi, há quase quatro anos, quando o governo e o comitê olímpico comandaram um esquema estatal de doping. Com as medalhas cassadas, a Rússia já caiu da liderança geral no quadro de medalhas para o quarto lugar.
Há uma pressão muito grande da comunidade internacional para que a Rússia seja duramente punida, especialmente em modalidades como o bobsled e o biatlo. Por outro lado, a federação internacional de hóquei defendeu publicamente a participação dos russos em Pyeongchang.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.
Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.