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Por que a Austrália quer demolir estádio olímpico construído há 18 anos

Demétrio Vecchioli

28/11/2017 04h00

Como será o novo estádio olímpico, sem pista de atletismo.

"Esse estádio foi construído para uma Olimpíada, não para grandes eventos globais, nem para os espectadores". A declaração da premier do estado de New South Wales, Gladys Berejiklian, sobre o Estádio Olímpico de Sydney, mostra um sentimento que tem causado preocupação no movimento olímpico. Afinal, as estruturas olímpicas têm tido dificuldades em se adaptarem às novas demandas não só do esporte, mas também – e principalmente – do show business.

O estádio de Sydney está longe de ser um fracasso de usabilidade ou um elefante-branco. Mesmo assim, porém, o governo liberal de New South Wales anunciou na semana passada sua intenção de demolir o palco principal da Olimpíada de Sydney, disputada no ano 2000, para construir em seu lugar uma arena mais "moderna", com menor capacidade de público e arquibancadas mais próximas ao gramado.

Inaugurado em 1999, há apenas 18 anos, o  Estádio Olímpico de Sydney, que já teve diversos nomes comerciais e hoje é chamado de ANZ Stadium, chegou a receber mais de 110 mil torcedores para ver a aborígine Cathy Freeman ganhar a histórica medalha de ouro nos 400m rasos. Na cerimônia de abertura, um recorde histórico para eventos olímpicos: 144 mil espectadores.

Só que, ainda que o estádio tenha sofrido alterações para funcionar em duas formas diferentes, em formato retangular ou oval, ainda assim ele é muito maior do que o necessário. Mesmo em partidas de futebol australiano, nunca ficou completamente lotado.

E é isso que tem incentivado o governo estadual a propor sua reforma. "Desde o momento em que começamos a  sua construção, já se passaram quase 20 anos. O estádio foi construído para a Olimpíada, não foi construído para eventos moderno e globais e não foi construído para espectadores", disse a premier ao anunciar o projeto.

Além do estádio olímpico, também seria demolido o Sydney Football Stadium, que, em sua nova versão, manteria a atual capacidade de público: 45 mil pessoas. O olímpico passaria a poder receber 75 mil torcedores. As duas obras, juntas, custariam na base de US$ 1,6 bilhões.

Como em qualquer outra parte do mundo, a ideia de colocar tanto dinheiro em estádios não agradou todo mundo. "Eu não posso apoiar que se coloque tanto dinheiro em estádios quando temos 100 mil crianças estudando em escolas desmontáveis", atacou Luke Foley, líder da oposição.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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