Álcool e derivado da maconha deixam de ser considerados doping
Demétrio Vecchioli
02/10/2017 17h33
Como faz todo ano, a Agência Mundial Antidoping (Wada) divulgou com três meses de antecedência a versão 2018 da lista de substâncias proibidas que vai valer em 2018. E, entre as novidades, duas ausências chamaram atenção: um dos derivados da maconha, o canabidiol, e o álcool.
Por mais estranho que possa parecer, o álcool figura até este ano na lista de substâncias proibidas pela Wada, mas apenas para quatro modalidades esportivas. Três delas, relacionadas à direção de veículos motorizados: automobilismo, esportes aéreos e power boating (corrida de lancha). Ou seja: valem, no esporte, as mesmas regras aplicadas na sociedade.
A quarta modalidade na qual é proibido competir sob o efeito do álcool é o tiro com arco. Nas competições, é usual que os atletas passem por um teste de bafômetro que, se der positivo, obriga os atletas a, na sequência, passarem por exame de sangue. Para os dirigentes do tiro com arco, o consumo de álcool trás benefício ao competidor, que perde inibição.
Tanto é que a World Archery, a federação internacional de tiro com arco, não gostou nada da decisão da Wada. Em comunicado divulgado no domingo, a entidade disse que quer continuar banindo o álcool e vai adotar as regras necessárias nesse sentido, lutando contra as agências antidoping que se recusam a realizar esse tipo de teste.
Quando anunciou sua decisão, a Wada alegou que pretende "endossar um meio diferente de fazer cumprir as regras". "As quatro federações internacionais afetadas por essa mudança foram alertadas com antecedência suficiente para alterar suas regras e estabelecer protocolos para testar o consumo de álcool", explicou a agência.
Outra mudança na lista de substâncias proibidas de 2018 é a exclusão do canabidiol, ou CBD, como é conhecido. Derivado da maconha, é um óleo que serve como suplemento nutricional e pode ser produzido artificialmente. O THC, princípio ativo da maconha, porém, continua proibido.
Sobre o autor
Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.
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Sobre o blog
Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.