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Nuzman renuncia e deixa comando de entidade sul-americana após 14 anos

Demétrio Vecchioli

25/08/2017 12h23

(Buda Mendes/Getty Images)

Acabou na manhã desta sexta-feira a gestão de Carlos Arthur Nuzman frente à Organização Desportiva Sul-Americana, a Odesur, entidade que reúne os comitês olímpicos da América do Sul e é responsável pela organização dos Jogos Sul-Americanos. O brasileiro, que tinha mandato até 2019, será substituído pelo paraguaio Camilo Pérez, eleito por aclamação nesta manhã, no Rio.

Nuzman já havia comunicado os comitês sul-americanos sobre sua decisão de deixar o comando da Odesur depois que foi vencido na eleição pela presidência da Odepa, a Organização Desportiva Pan-Americana, responsável por organizar os Jogos Pan-Americanos, em abril. Na tentativa de dar esse "passo a mais" em sua carreira na política olímpica, Nuzman foi eliminado logo na primeira rodada da eleição da Odepa e ajudou o chileno Neven Ilic Álvarez a se eleger.

Apesar de ter anunciado ainda em maio que deixaria a Odesur, Nuzman continuou à frente da entidade até esta sexta-feria, quando uma assembleia extraordinária foi realizada no Rio, onde fica a sede da entidade. Os comitês já haviam chegado a um consenso de uma candidatura única, de Pérez, que foi eleito por aclamação. O paraguaio fica no cargo até 2019, assumindo o restante deste quarto mandato de Nuzman.

O brasileiro chegou ao poder da entidade sul-americana enquanto o país começava o planejamento dos Jogos Pan-Americanos de 2007. Antes, em 2002, Nuzman havia assumido o "pepino" de organizar os Jogos Sul-Americanos de 2002, que ficaram sem sede a poucas semanas de seu início. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) dividiu a competição entre instalações existentes em diversas partes do país (São Paulo, Rio, Belém, Curitiba…) e não deixou o evento morrer.

Isso não só ajudou o Brasil a ganhar o Pan de 2007, como levou Nuzman à presidência da Odesur, que, sob seu comando, organizou os Jogos Sul-Americanos em Buenos Aires (2006), Medellin (2010) e Santiago (2014) – a próxima edição é em Cochabamba, na Bolívia, no ano que vem. Também foi sob o comando do brasileiro que foram criados os Jogos Sul-Americanos da Juventude (a primeira edição foi em Lima e a segunda será em Santiago, mês que vem) e os Jogos Sul-Americanos de Praia.

Apesar de deixar a Odesur, Nuzman continua à frente do COB, ao qual preside desde 1995. Ele continua também presidente do Comitê Organizador Rio-2016, que deve ser dissolvido em breve e acumula dívidas de cerca de R$ 100 milhões. Com o fim da Olimpíada, Nuzman voltou a comandar o COB com mais proximidade. Seu mandato vai até 2020, quando ele não poderá mais se reeleger. A expectativa é que ele tente eleger como substituto o ex-presidente da confederação de judô, Paulo Wanderley, hoje seu vice no COB.

 

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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