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Maior da história, Bolt perde recorde de medalhas e se despede de forma melancólica

Demétrio Vecchioli

12/08/2017 18h26

(Dylan Martinez/Reuters)

Parafraseando uma famosa carta, Usain Bolt sai das pistas para entrar na história, independente de tudo que aconteceu com ele neste Campeonato Mundial. O jamaicano não foi o primeiro nem será o último ídolo do atletismo, mas ninguém nunca deu à modalidade uma parte da visibilidade oferecida por Bolt, um mestre na arte do carisma. Não há um estádio no mundo no qual ele não seja ovacionado, independente de quem esteja formando a platéia.

Só o tempo vai medir o tamanho do impacto de Bolt para o futuro do atletismo, mas é certo que a história da modalidade será medida entre antes, durante e depois da carreira do jamaicano – o que significa que uma nova fase começa quando a estrutura montada para o Mundial no Estádio Olímpico de Londres.

Durante a trajetória de Bolt, o atletismo viveu sua maior crise, com seguidos escândalos de doping, e só não teve sua imagem ainda mais manchada graças ao astro. Enquanto o mundo questiona a legalidade dos resultados obtidos por centenas de atletas trapaceiros nos últimos anos, o fato de Bolt ter alcançado o que alcançou sem nunca ter tido qualquer suspeita séria de doping deixou de pé o que restou de credibilidade do esporte.

E não foram poucos os feitos de Bolt. Nos 100m, ele é recordista mundial e dono de três das melhores marcas de todos os tempos. Venceu três Olimpíadas e três Mundiais – provavelmente teria sido tetra se não tivesse queimado largada na final de 2011. Nos 200m, também ganhou três ouros olímpicos, além de quatro em Mundias. O recorde mundial e quatro das sete melhores marcas da história são dele.

No último dia sua carreira, porém, ele perdeu um recorde. É que a  a norte-americana Allyson Felix ajudou os Estados Unidos a ganharem a medalha de ouro no revezamento 4x100m feminino, mais cedo, e alcançou sua 15ª medalha em Mundiais. No domingo, ela ainda deve correr (e possivelmente ganhar) o 4x400m. Enquanto isso, Bolt estacionou nas 14, de 16 possíveis, empatado com a também jamaicana Marlete Ottey.

Em número de medalhas de ouro, porém, Bolt seguirá líder. São 11 para a conta, além de duas pratas, ambas obtidas em 2007, em seu primeiro Mundial, e do bronze dos 100m em Londres. Felix tem dez e pode empatar com ele no domingo.

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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