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Deixado pela Nike, COB deve vestir uniformes de marca chinesa em Tóquio

Demétrio Vecchioli

31/07/2017 18h19

Peça da campanha do COB

Após duas edições seguidas dos Jogos Olímpicos sendo vestido pela Nike, gigante americana, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) deverá ter uniformes de uma empresa chinesa na próxima Olimpíada. A Peak tem tudo certo para ser a fornecedora de materiais esportivos do Time Brasil a partir do ano que vem. A informação foi publicada pela Veja e confirmada pelo Olhar Olímpico.

Em junho, o blog conversou com Rafael Grabowsky, novo gerente de marketing do COB. À época, ele contou ao Olhar Olímpico que o COB estava perto de fechar com uma marca que não está presente ainda no mercado brasileiro. Agora, a charada está desvendada.

Trata-se da Peak, que no Rio-2016 vestiu pelo menos uma dezena de delegações, nenhuma delas tão importante quanto a do Brasil. A principal delas, a Nova Zelândia, a quem apoia desde 2010 e com quem renovou contrato para mais um ciclo olímpico.

A empresa chinesa atua principalmente no basquete e, com o COB, deve dar um passo importante no difícil mercado poliesportivo, que demanda desenvolvimento de materiais que não têm interesse do público – não há potenciais compradores para o uniforme usado pela seleção de levantamento de peso, por exemplo.

Ela chega para ocupar o lugar da Nike, que assinou com o COB em 2012 e foi o fornecedor de material esportivo do Time Brasil até o fim de 2016. Depois disso, não demonstrou interesse em renovar contrato. Outros players importantes do mercado, como Adidas e Puma, também não teriam mostrado interesse. Antes da Nike, foram 13 anos seguidos usando Olympikus.

Até janeiro, quando começará a valer o contrato com a Peak, o COB usará estoques de materiais da Nike. Em junho, uma campanha publicitária foi lançada com os atletas usando uniformes da ex-fornecedora.

O COB vive momento difícil com relação a patrocínios, porque, entre 2009 e 2016, por ser sede olímpica, não teve patrocinadores individuais. Apenas recebia parte dos recursos que o Comitê Rio-2016 ganhava dos seus patrocinadores, que também expunham no comitê brasileiro. Em 31 de dezembro passado, todos esses contratos acabaram e o COB teve que começar do zero a busca por patrocinadores.

Até agora, não anunciou nenhuma empresa para as maiores cotas. Os patrocínios firmados no primeiro semestre são todos na base de permuta. O COB, porém, precisa ter fluxo de caixa para honrar compromissos que não previstos na Lei Agnelo/Piva.

 

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Sobre o autor

Demétrio Vecchioli, jornalista nascido em São Roque (SP), é graduado e pós-graduado pela Faculdade Cásper Líbero. Começou na Rádio Gazeta, foi repórter na Agência Estado e no Estadão. Focado na cobertura olímpica, produziu o Giro Olímpico para o UOL e reportagens especiais para a revista IstoÉ 2016. Criador do Olimpílulas, foi colunista da Rádio Estadão e blogueiro do Estadão, pelo qual cobriu os Jogos do Rio-2016.

Está disponível para críticas, elogios e principalmente sugestões de pautas no demetrio.prado@gmail.com.

Sobre o blog

Um espaço que olha para os protagonistas e os palcos do esporte olímpico. Aqui tem destaque tanto os grandes atletas quanto as grandes histórias. O olhar também está sobre os agentes públicos e os dirigentes esportivos, fiscalizados com lupa.


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