O Brasil voltou a ter uma manhã lucrativa nesta terça-feira no Mundial de Natação, que está sendo disputado em Budapeste, na Hungria. Depois de não conseguir avançar à final dos 100m peito no domingo, João Luiz Gomes Jr conseguiu dar a volta por cima e bateu o recorde sul-americano dos 50m peito nas eliminatórias. Felipe Lima também avançou às semifinais, assim como Leonardo de Deus nos 200m borboleta. Só Manuella Lyrio decepcionou e foi eliminada nos 200m livre.

João Luiz não esteve sozinho na obtenção de recorde, tanto que fez apenas o terceiro tempo da manhã. O mais rápido dos 50m peito foi o fenômeno britânico Adam Peaty, que bateu o recorde mundial da prova, com 26s10. Ele já era o recordista desde o Mundial passado, em Kazan, na Rússia, quando venceu com 26s42. Ontem à noite, ganhou os 100m peito com recorde do campeonato e segunda melhor marca da história, só abaixo do recorde mundial feito na Olimpíada.

O segundo lugar das eliminatórias ficou com o sul-africano Cameron van der Burgh, que bateu o recorde africano, com 26s54. Dono de nove medalhas entre 10 possíveis nos 50m e 100m peitos nos últimos cinco Mundiais, ele é favoritíssimo a mais um pódio, ainda mais depois de não nadar a prova mais longa para se poupar para essa mais curta.

Assim, tudo indica que há um lugar no pódio apenas em aberto e João Luiz quer ocupar esse espaço. Nesta manhã, ele fez 26s67, baixando em 0s09 o recorde sul-americano que pertencia a Felipe França desde o Mundial de Roma, em 2009, quando os trajes tecnológicos ainda eram permitidos. Além dele, Felipe Lima também avançou à semifinal, em sexto com 26s93, quebrando pela primeira vez na carreira a barreira dos 27 segundos.

"Foi bom, foi bom. Estou bem feliz. Esperava nadar melhor do que eu tinha, mas não de manhã cedo, já abaixo desse recorde sul-americano. Agora é botar a cabeça no lugar, tirar um pouco dessa euforia. Minha sensação era de que eu não estava na vibração, na pegada, mas o tempo surpreendeu. Estou muito feliz mesmo, mesmo, mas a tarde vou ter oportunidade de nadar do lado do Peaty. Hoje vai ser a minha final para ganhar dele quem sabe ou chegar do lado", comentou João Luiz na zona mista.

A expectativa para a semifinal, à tarde, é que para avançar à final seja necessário novamente nadar na casa de 26 segundos. Para Felipe e João Luiz, fica a cobrança para que consigam repetir na semifinal o resultado das eliminatórias, algo que não conseguiram nos 100m peito.

Nos 200m borboleta, Leonardo de Deus não fez um bom tempo, mas conseguiu passar à semifinal, com a 16ª e última vaga. Ele foi sétimo de sua bateria eliminatória e avançou com 1min56s71, quase dois segundos mais lento do que na final do Troféu Maria Lenk.

A decepção do dia ficou por conta de Manuella Lyrio. Dona do recorde sul-americano (1min57s28), feito nos Jogos Olímpicos do Rio, ela passou longe do seu melhor e não se classificou para a semifinal dos 200m livre. Ela terminou as eliminatórias no 19.º lugar, com 1min59s24. Também foi quase dois segundos mais lenta do que no Troféu Maria Lenk. Aliás, se tivesse repetido o resultado da seletiva, avançaria em décimo lugar.

"Fiquei bem chateada. Foi bem acima do que nadei a seletiva. Foi uma prova bem mais fraca que na Olimpíada. Queria poder estar na final, mas ainda tenho os 100m livre e vamos ver o que dá para fazer", disse.